segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Papai é “boco”






Por Isis Correia







Às 5h da manhã, acordo com um “choramingo” da Elis e ouço um diálogo de pai para filha que dizia exatamente assim: “ô filha, tenha calma, papai é ‘boco’, NE?! Papai é boco... (traduzindo, broco) Que demora... mas o papai tá aprendendo...”. O diálogo complementava o cenário que se construía naquele momento... um pai, nos primeiros dias com a pequenina, e trocando fraldas em plena madruga. A cena me fez refletir sobre a importância da chegada de um filho na nossa vida. Fabrício era do tipo que às 5h da manhã não levantava se não fosse obrigado e, mesmo assim, se atrasava, se irritava e um sorriso era pedir o impossível. Com a chegada de Elis, eu que já o admirava pela sua bondade, companheirismo, fidelidade e inteligência, consigo encontrar mais adjetivos para descrevê-lo e amá-lo. A paternidade (de fato) trouxe a Fabrício mais maturidade e começou a mostrar que é possível superar dificuldades e transformar nossa visão sobre as coisas. Confesso que ele me surpreendeu... ah! e com certeza surpreenderá a todos que souberem que desde a primeira semana quem corta as unhas da Elis é ele, sem eu nem pedir, e que é ele quem alivia as cólicas massageando a barriguinha dela... Vejo se desenhar um homem responsável que agora busca correr atrás do prejuízo por razões que tendem a se tornar mais fortes com o passar do tempo. Ah! e como se não bastasse, colocar Elis para arrotar durante a madrugada também é responsabilidade dele... às vezes, o cansaço faz dele menos ágil... mas, em geral, ele é um ótimo pai e está sendo um ótimo companheiro. Hoje, vejo, mais do que nunca, a importância de ter alguém com quem contar neste processo de desenvolvimento de um ser. No nosso caso, Fabrício tem sido meu braço direito e fico muito agradecida por isso, mesmo sabendo que ele está fazendo o que todo pai de verdade deve fazer, participar. Sua paciência, seu carinho, as dezenas de vezes que se declara para nossa Elis, são hoje a semente de um amor que começará a cada dia a brotar dentro dela e a fortalecer esta relação entre PAI e FILHA. Amigos é o que eu acredito que eles serão. Hoje, Elis me enche de orgulho quando se entrega aos meus braços, nos momentos que só eu consigo acalentá-la (toda mãe tem este poder supremo... às vezes só o nosso jeitinho é quem acalma), mas sei que cada dia é uma contagem regressiva para que eu seja deixada de lado e ela seja louca pelo pai. Com o tempo, o papai “boco” começa a ser substituído por um super-herói, um ídolo, um exemplo... e neste caso, tenho certeza, que ela terá o melhor exemplo de integridade, bondade, moral, lealdade, inteligência e amor. Fabrício este texto é apenas para dizer o quanto nós te amamos e que este primeiro Dia dos Pais seja um dos momentos mais especiais de sua vida!!! Parabéns e obrigada por tudo isso!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Confinamento






Por Isis Correia







Um mês de Elis, um mês sem sair de casa, praticamente, e eu a ponto de explodir (risos). Todos tinham me falado das noites de sono, das mamadas, das trocas de fraldas e até dos gastos, mas, esqueceram de me alertar sobre o primeiro mês de confinamento em sua própria casa e pior sem nem telespectadores e muito menos concorrendo a um prêmio de R$1milhão. Eu, que sempre fui muito decidida e livre para fazer tudo o que quisesse a qualquer hora, sempre ativa para trabalhar, me vejo sem poder ir à terapia, ao supermercado, e nem sequer podendo comprar uma superpromoção num site de compras coletivas de 21 sessões de tratamento estético a preço de banana. Logo eu que estou me sentindo gorda e deformada (rsrsrsrs). Mesmo sabendo que já perdi 8 kg, não estou satisfeita e minha busca será intensa por perder mais 8... Enfim, de todas as problemáticas que já tinham me falado sobre ter filhos, esta é a real para mim. Não me incomodo em perder sono, em gastar, em dar de mamar, em roupas para lavar... a contagem era regressiva para que Elis completasse um mês e pudesse começar a sair de casa. Esta meta já foi alcançada. A próxima é conseguir marcar outras coisas, inclusive aquelas que me ajudarão a entrar em forma, contando com a ajuda de alguém que possa ir comigo. Afinal, nesta fase, Elis e eu somos uma só pessoa. O pai, apesar de ajudar muito, nunca irá entender os motivos do stress porque para ele a vida continua da “mesma forma”. Se ele tiver uma reunião, tem como ir. Se quer andar 2 horas seguidas de bicicleta, é só querer. Enfim, ele não tem ninguém que dependa dele para se alimentar e se sentir mais segura. Agora me diga tem como não se stressar? Acima do peso, com as coisas de casa para fazer, sem poder sair de casa e ainda, sem sexo (porque tem que esperar 40 dias)... ai ai...Fabrício tem sido um companheiro e tanto, mas, venhamos e convenhamos, a responsabilidade, ou pelo menos o peso maior dela, fica com a MAMÃE – em qualquer nação, planeta, cidade, Estado, em qualquer canto. Ser livre é minha filosofia de vida. Sei que muitos vão dizer que agora nunca mais terei a mesma liberdade. E sei que isso é fato. Mas, nem é isso que me importo. Elis foi o maior presente e realização de minha vida e nunca ela será um peso. Quando Elis estiver podendo sair mais, entrar em qualquer lugar, será maravilhoso fazer as coisas com ela. Ponho-a no colo, no bebê conforto, ou na “garupa” de qualquer automóvel que eu tenha e “vamos simbora”. Esta fase chegará. O meu stress está começando a passar porque já estou começando a planejar algumas soluções para o fim do confinamento, como tirar leite e deixá-la com vovó ou os titios, pelo menos para eu ir à terapia ou ao cinema com o papai. Só não poderia deixar de falar no blog sobre este sentimento que é real e que faz ou fez parte desta fase da vida das mulheres-mães marinheiras de primeira viagem. Mas, o sorriso de Elis consegue me desestressar um bocado...