quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As pequenas conquistas!!!




Por Isis Correia


Bem... estou tentando voltar ao hábito de escrever para o blog e esta semana, resolvi falar das pequenas conquistas. Eu sempre fui do tipo de pessoa que dá valor aos detalhes, às pequenas coisas, aos pequenos gestos, e diga-se de passagem, diários. Pois bem... não sei se isso é bom ou ruim, só sei que a vinda de Elis tem feito com que eu exagere nesta minha característica. Acompanhar o desenvolvimento dela, a cada dia, tem sido sinônimo disso. Fico d’olho nas pequenas conquistas dela... um dia ela tenta girar de um lado e não consegue, de repente, no outro, ela já está virando tudo... no carro, repentinamente, ela aprende a tirar a chupeta da boca e, depois de várias tentativas de colocar de volta, ela consegue... e a mãe aqui começa a festejar dentro do carro, dizendo, ao pai que está no volante: “Amor, que lindo! Que massa! Ela conseguiu colocar a chupeta na boca”... Como se isso fosse a conquista de uma medalha olímpica... e olhe, que foi ao contrário, a chupeta chegou à boca de cabeça para baixo. Mas, para alguém que não sabia nem pegar na chupeta, nem segurá-la na boca, coordenar este movimento foi uma grande conquista. Elis tem me surpreendido!!! Agora, está na fase de ficar de cabeça para baixo, olhando o mundo por uma nova perspectiva, ou girando no colchão todo, até chegar ao ponto de quase, quase cair... a sorte é que, como vida de mãe não é nada fácil, eu estou sempre alerta! Descobrir a capacidade de falar, emitir sons, é uma outra coisa que a deixa empolgada. É ela também descobriu que pode fazer barulho e desde então, é difícil manter uma simples conversa ou assistir TV perto dela. Gritos altos e finos são as notas musicais dos meu dias... o bom é saber que sou co-partícipe deste processo. Vivo estimulando ela... brincando, conversando, repetindo coisas, gestos, sons... sendo mãe! É por isso, que de presente de Natal peço a Deus a oportunidade de ficar com ela até 1 ano, já que não tenho com quem deixar... mas, como só vou precisar pensar nisso em fevereiro, de repente, muitas águas rolem e enquanto isso, estou aqui, como se tivesse 1 ano de idade... tudo para cumprir bem meu papel!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um caroço de ervilha que gosta de ouvir música


Por Isis Correia

As lágrimas me vieram novamente... lágrimas de realização... de alegria... de um sentimento que não dá para explicar... há um ano, via um carocinho, uma ervilha dentro de mim que pulsava e que já se fazia viva e forte!!! Uma ervilha que estourava porque essa ervilhinha tinha coração e já tinha nome, ELIS!!! Hoje, esta ervilha veste um pijama estampa
do de bonequinha, usa lavanda e dorme no meu colo, ouvindo Caetano Veloso e Maria Gadú! Essa ervilha continua pipocando... em gargalhadas, balbucios, besourinhos e tantas outras surpresas diárias... Nunca pensei que uma ervilha, uma única ervilha, fosse me satisfazer tanto! Preencher lacunas... e me proporcionar as mais completas sensações de satisfação... Hoje sou mãe, realizada, completa... “estérica”... “fálica”... ou sei lá o que, que a Psicologia possa definir... SOU MÃE... APENAS... Mãe... essa era a única certeza que tinha na vida. Tinha certeza que aqui tinha vindo para ser mãe... o resto foi construção com o acaso, o destino, o planejado, o carma, enfim... com tudo!!! Mas, ser mãe foi permitir ser feliz com uma ervilha que se transformou em um bebê lindo, saudável e risonho... e em breve, em uma criança, uma menina, uma moça, uma mulher... e eu que hoje sou partícipe desta pequena ervilha em forma de gente, passarei a ser apenas espectadora de sua história... suas escolhas, seus desafios, suas conquistas... pois bem... mas, a satisfação em tê-la faz parte da minha dieta diária!!! Agora meu caroço de ervilha gosta de ouvir música... se prende ao som de um violão dedilhado ou de um sax... dorme ao som de blues ou de jazz... se acalma no meu colo e pega na minha mão... sorri quando acaba de mamar e grita quando saio de perto... por mais que as coisas mudem... isso já estará cravado em minha alma e nunca, mais nunca, serei a mesma!!!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A visita inesperada e as lições que ela traz












Por Isis Correia




Às 19h é possível esperar, sem ansiedade alguma, a visita das tão conhecidas cólicas do bebê. Pelo menos as da Elis vinham nesta hora. Além de desafiadora, a cólica de Elis era massacrante e a levava às lágrimas nada mais, nada menos, durante 60 minutos. Claro que tentávamos de tudo, mas nada, nada resolvia. De luftal à massagem, de paninho quente na barriga a banho de balde com hidromassagem e água morna... até o tal regime alimentar, mesmo sem acreditar, a mamãe aqui fez e... nada! A cólica persistia. Mas, foi pesquisando pela internet – amiga de todas as horas – que encontramos mais uma tentativa e desta vez, deu certo. A receita: chá de erva-doce três vezes ao dia para a mamãe e, como resultado, efeitos maravilhosos no bebê. Desde que comecei a fazer disso um hábito diário, Elis não sente mais cólicas e eu tenho noites mais tranquilas. Ver nosso bebê chorando sem parar, sem podermos fazer muita coisa, nos dá um sentimento de impotência e desespero... é pedir paciência, paciência e paciência para esperar a dita-cuja ir embora. Às mães de primeira viagem é bom se prepararem porque elas são comuns... alguns bebês sentem mais outros menos, mas elas fazem parte do processo de amadurecimento do sistema digestivo de nossos filhotes. Mas, esta situação me levou, mais uma vez à reflexão... Eu odeio chá de erva-doce. Até o cheiro me deixava enjoada, porém com a necessidade de sanar o problema de Elis, agora posso dizer que até sou simpatizante do chá, afinal ele se tornou meu melhor amigo. A maternidade é uma comprovação de que nunca podemos dizer nunca... em nenhuma situação. O instinto materno e o sentimento de mãe nos faz mudar de opinião rapidamente. Arriscar de tudo para fazer o melhor aos nossos filhos, este discurso é velho, mas nunca deixará de caber. Ah! A quem diz que nunca dará chupeta a seu bebê, espere! Eu também disse isso... Mas, a maternidade, me deu mais uma lição, CADA CASO É UM CASO. E até quem parece ser o vilão, como no caso da chupeta, pode ser a solução de um determinado problema. Elis estava mamando, além da conta, para suprir a fome e a tal necessidade de sucção, e então estava começando a regugitar demais e ficar inquieta, chorando muito. Levei a uma pediatra e ela desconfiou de refluxo... Elis iria se subemetr a exames chatíssimos, foi quando pensei em testar a tal chupeta quando percebesse que ela só queria “sugar”. No começo ela não quis, até que molhei no leite materno e foi um santo remédio. Desde então, ela só pega a chupeta de vez em quando, e aquilo que estava 99% diagnosticado como refluxo, era apenas a vontade de “chupetar”. Assim, aprendi mais uma lição e compartilho com vocês que são pais e mães de qualquer viagem, primeira, segunda, terceira...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Papai é “boco”






Por Isis Correia







Às 5h da manhã, acordo com um “choramingo” da Elis e ouço um diálogo de pai para filha que dizia exatamente assim: “ô filha, tenha calma, papai é ‘boco’, NE?! Papai é boco... (traduzindo, broco) Que demora... mas o papai tá aprendendo...”. O diálogo complementava o cenário que se construía naquele momento... um pai, nos primeiros dias com a pequenina, e trocando fraldas em plena madruga. A cena me fez refletir sobre a importância da chegada de um filho na nossa vida. Fabrício era do tipo que às 5h da manhã não levantava se não fosse obrigado e, mesmo assim, se atrasava, se irritava e um sorriso era pedir o impossível. Com a chegada de Elis, eu que já o admirava pela sua bondade, companheirismo, fidelidade e inteligência, consigo encontrar mais adjetivos para descrevê-lo e amá-lo. A paternidade (de fato) trouxe a Fabrício mais maturidade e começou a mostrar que é possível superar dificuldades e transformar nossa visão sobre as coisas. Confesso que ele me surpreendeu... ah! e com certeza surpreenderá a todos que souberem que desde a primeira semana quem corta as unhas da Elis é ele, sem eu nem pedir, e que é ele quem alivia as cólicas massageando a barriguinha dela... Vejo se desenhar um homem responsável que agora busca correr atrás do prejuízo por razões que tendem a se tornar mais fortes com o passar do tempo. Ah! e como se não bastasse, colocar Elis para arrotar durante a madrugada também é responsabilidade dele... às vezes, o cansaço faz dele menos ágil... mas, em geral, ele é um ótimo pai e está sendo um ótimo companheiro. Hoje, vejo, mais do que nunca, a importância de ter alguém com quem contar neste processo de desenvolvimento de um ser. No nosso caso, Fabrício tem sido meu braço direito e fico muito agradecida por isso, mesmo sabendo que ele está fazendo o que todo pai de verdade deve fazer, participar. Sua paciência, seu carinho, as dezenas de vezes que se declara para nossa Elis, são hoje a semente de um amor que começará a cada dia a brotar dentro dela e a fortalecer esta relação entre PAI e FILHA. Amigos é o que eu acredito que eles serão. Hoje, Elis me enche de orgulho quando se entrega aos meus braços, nos momentos que só eu consigo acalentá-la (toda mãe tem este poder supremo... às vezes só o nosso jeitinho é quem acalma), mas sei que cada dia é uma contagem regressiva para que eu seja deixada de lado e ela seja louca pelo pai. Com o tempo, o papai “boco” começa a ser substituído por um super-herói, um ídolo, um exemplo... e neste caso, tenho certeza, que ela terá o melhor exemplo de integridade, bondade, moral, lealdade, inteligência e amor. Fabrício este texto é apenas para dizer o quanto nós te amamos e que este primeiro Dia dos Pais seja um dos momentos mais especiais de sua vida!!! Parabéns e obrigada por tudo isso!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Confinamento






Por Isis Correia







Um mês de Elis, um mês sem sair de casa, praticamente, e eu a ponto de explodir (risos). Todos tinham me falado das noites de sono, das mamadas, das trocas de fraldas e até dos gastos, mas, esqueceram de me alertar sobre o primeiro mês de confinamento em sua própria casa e pior sem nem telespectadores e muito menos concorrendo a um prêmio de R$1milhão. Eu, que sempre fui muito decidida e livre para fazer tudo o que quisesse a qualquer hora, sempre ativa para trabalhar, me vejo sem poder ir à terapia, ao supermercado, e nem sequer podendo comprar uma superpromoção num site de compras coletivas de 21 sessões de tratamento estético a preço de banana. Logo eu que estou me sentindo gorda e deformada (rsrsrsrs). Mesmo sabendo que já perdi 8 kg, não estou satisfeita e minha busca será intensa por perder mais 8... Enfim, de todas as problemáticas que já tinham me falado sobre ter filhos, esta é a real para mim. Não me incomodo em perder sono, em gastar, em dar de mamar, em roupas para lavar... a contagem era regressiva para que Elis completasse um mês e pudesse começar a sair de casa. Esta meta já foi alcançada. A próxima é conseguir marcar outras coisas, inclusive aquelas que me ajudarão a entrar em forma, contando com a ajuda de alguém que possa ir comigo. Afinal, nesta fase, Elis e eu somos uma só pessoa. O pai, apesar de ajudar muito, nunca irá entender os motivos do stress porque para ele a vida continua da “mesma forma”. Se ele tiver uma reunião, tem como ir. Se quer andar 2 horas seguidas de bicicleta, é só querer. Enfim, ele não tem ninguém que dependa dele para se alimentar e se sentir mais segura. Agora me diga tem como não se stressar? Acima do peso, com as coisas de casa para fazer, sem poder sair de casa e ainda, sem sexo (porque tem que esperar 40 dias)... ai ai...Fabrício tem sido um companheiro e tanto, mas, venhamos e convenhamos, a responsabilidade, ou pelo menos o peso maior dela, fica com a MAMÃE – em qualquer nação, planeta, cidade, Estado, em qualquer canto. Ser livre é minha filosofia de vida. Sei que muitos vão dizer que agora nunca mais terei a mesma liberdade. E sei que isso é fato. Mas, nem é isso que me importo. Elis foi o maior presente e realização de minha vida e nunca ela será um peso. Quando Elis estiver podendo sair mais, entrar em qualquer lugar, será maravilhoso fazer as coisas com ela. Ponho-a no colo, no bebê conforto, ou na “garupa” de qualquer automóvel que eu tenha e “vamos simbora”. Esta fase chegará. O meu stress está começando a passar porque já estou começando a planejar algumas soluções para o fim do confinamento, como tirar leite e deixá-la com vovó ou os titios, pelo menos para eu ir à terapia ou ao cinema com o papai. Só não poderia deixar de falar no blog sobre este sentimento que é real e que faz ou fez parte desta fase da vida das mulheres-mães marinheiras de primeira viagem. Mas, o sorriso de Elis consegue me desestressar um bocado...


domingo, 24 de julho de 2011

Adaptação X Espelho




Por Isis Correia


Adaptação. É assim que nomeio o período após o nascimento de Elis. Agora um novo mundo surge, após 25 anos de vida e tudo, mas tudo é novo, mesmo. Mudanças? Ah mudanças, são muitas, mas quem disse que não gosto delas?! Com exceção, das mudanças no meu corpo – é aquelas que mostram que você não é mais aquela grávida bonita, com barrigão exuberante, e sim, uma mulher com uns quilinhos a mais, meio “descatembada” aqui, com uma gordurinha ali, sem roupas para vestir – gosto de todas as outras. Ah!!! Uma dica para as meninas, quando forem comprar seus vestidos para usar na gestação, comprem alguns que tenham botoezinhos na parte dos seios, afinal, após ter o bebê, você pode continuar usando eles e a amamentação requer algumas estratégias. Em relação a mim, estou na fase de querer quebrar os espelhos de casa, para quando voltar ao normal (tenho fé de que isso acontecerá, até porque há duas semanas eu estava pior) mandar colocar todos novamente e finalmente conseguir me admirar diante deles. É adaptação em tudo. Tenho costumado dizer que seu seio acaba virando, literalmente, um “órgão público”, afinal, na hora que Elis quer mamar quem tiver comigo vai ter que vivenciar este momento, porque não vou deixar minha filha com fome. Você quer mais privacidade, mas nem sempre tem como controlar isso. Por isso, tenha calma, nos primeiros dias isso vai lhe incomodar mais, depois nem tanto... De contrapartida, também estou na fase do sentir-me como mãe. Sabe aquela canseira gratificante?! É ela quem faz parte de minha vida agora. Dormir uma noite inteira não é mais possível. Um simples gemidinho é motivo para interromper meu sono e testar meu nível de concentração e atenção. Quem disse que me arrependi?! De jeito nenhum, afinal, que mãe seria eu se não tivesse histórias para contar sobre as trocas de fraldas e as mamadas noturnas? Mas, meninas, agora tudo está mais calmo. A adaptação é grande. Os primeiros dias são terríveis porque um conjunto de coisas novas acontece e um conjunto de pessoas está a sua volta tentando lhe ajudar, porém cada uma tem uma opinião, uma forma de ver as coisas, uma criação diferente. Você fica nervosa, nos primeiros dias. Seu seio ainda está se preparando para amamentar, o bebê tem dificuldade de pegar o peito, afinal, passou 9 meses com atendimento “VIP”, sem nem fazer força para comer. O organismo do pequenino ainda está amadurecendo e as cólicas, gases... - ah cólicas e gases!!! Estas são atrevidas! Nunca são chamadas, mas sempre marcam presença! - E irão aparecer várias pessoas com regras, mitos e dogmas, que passam de geração em geração. E ai de você se não aceitá-las! Além disso, há quem diga que a culpa das cólicas “é da mãe” que come de tudo! E você se sente, além de tudo cobrada, culpada... e se não tiver cuidado inconseqüente e entra em depressão por não saber lidar com tudo de uma vez só! Mas, esperem! De tanto ouvir isso, fui em busca de pesquisas que comprovem algo do tipo e não encontrei nada que comprovasse que as cólicas são geradas por algum alimento ingerido pela mãe. Pelo contrário todos os artigos fazem questão de destacar que não há comprovação científica nesta relação. Bem... eu apenas tento observar e se um dia identificar esta relação, aviso a vocês!!! (Por via das dúvidas...) Me disseram que eu iria perder noites de sono e nestes 20 dias, Elis só trocou a noite pelo dia uma vez. Mais uma vez, comprovo, que cada situação é diferente, que cada pessoa é diferente, que cada realidade, cada forma de viver é diferente. E até a forma de ver as noites sem dormir pode ser diferente. Para uns, um peso... para outros, como eu, uma experiência nova, um aprendizado, um momento de dedicação exclusiva... afinal, para que dormir, se o seu maior sonho já está ali! (brincadeirinha). Não vou dizer que é fácil este momento porque não é... tudo é na base do achismo... se ela chora, você pode achar que é fome, que é fralda suja, que quer um banho, que não está dormindo o suficiente, que as costas estão doendo de tanto ficar deitadinha, e você acha, acha e acha. Na primeira semana já consegue decifrar algumas coisas e assim será daqui para frente. O pai é essencial neste processo, ele precisa ser seu aliado. O companheirismo entre vocês vai aumentar... e você pode se surpreender com ele... eu me surpreendi!!! Mas, sobre o pai vou deixar para falar no próximo texto... Bem... meninas é isso!!! Vou continuar me adaptando até quando for necessário!!! Mas, não vejo a hora mesmo, de querer usar o espelho!!!

domingo, 17 de julho de 2011

A experiência de um pai na maternidade



Por Fabrício Carvalho



Para começar, assim como nos outros momentos, eu me permito experienciar no imaginário tudo o que aconteceu e trazendo à tona as emoções, não dá outra... quando lembro o nascimento de Elis, lágrimas surgem. Uma simples terça-feira, estávamos nós comprando o kit berço na maior tranqüilidade e discutindo sobre algumas coisas diferentes que estavam acontecendo... coisas do tipo uma “secreçaozinha, parecendo uma gelatina”. Isso no meio de uma empada e outros salgados. Resolvemos ligar para a médica e lá chegando, após exatos 10 minutos, ela nos informa que Elis chegaria naquela noite. Parado, estático, eu pergunto: “Mas, como assim? É hoje?”. E a médica, como para que me chamar para a realidade, diz: “É sim, é para já. Corra para pegar as coisas...” Então, toda a espera, toda a emoção de nove meses e expectativa, se resumia naquela ocasião... em poucas horas. Eu, simplesmente, chorava... e era um choro suave... as lágrimas escorriam no meu rosto e eu só pensava: “meu pequenino amor chega hoje... é hoje!” Chegando na maternidade, toda burocracia finalizada. A Isis entra numa sala e eu entro por outra, sem que ninguém me explique nada. A sorte foi uma pessoa, não sei se médico ou enfermeiro, que me explica: “Tu veste esta roupa, põe esta touca e vai por este corredor”. Bendito corredor! Tive que ficar esperando nele, até que a médica autorizasse minha entrada. Quase faço um buraco no chão. Ah, a minha entrada! Eu antes da Elis apagava ao ver sangue, ao entrar em centro cirúrgico... e então minha digníssima esposa, mesmo sabendo disso, diz: “Eu preciso de você comigo!”. É camarada, eu tive que trabalhar em mim este processo por 37 semanas. E eis que chega a minha entrada. Nada de fotografar a cirurgia! Eu estava lá, para mesmo que nervoso, oferecer segurança a Isis. A minha missão era mais importante que um simples acompanhamento. Eu tinha recebido da minha esposa, a responsabilidade de acompanhar, a qualquer custo, Elis ao nascer. E mesmo sem ser declarado eu sabia que deveria voltar à sala com Elis nos braços. Após a chegada dela, às 20h27, recebida com uma prece grandiosa da médica, prece esta que aumentou ainda mais a emoção - uma das emoções mais lindas experenciadas por mim, algo que envolve uma energia tão sublime, tão maravilhosa, que chorar é a única forma de expressar – Elis foi levada para os procedimentos médicos. E eu lá no “pé”. A pediatra me informa que ela nasceu um pouco cansada e que se não melhorasse iria para a UTI. Eu sabia que jamais poderia voltar à sala sem Elis e isso me preocupou. Comecei a falar com ela: “Meu amor, você tem que sair com o papai. Sua mamãe está esperando. Quer conhecer você. Colocar você nos braços. Melhore, meu amor, o papai está aqui.” Isso eu conversando com ela e um entra e sai de enfermeiros. Daí que um cara que filmava outros partos me apóia – “isso! Vai conversa com ela que ela sai com você! Vai conversa!”. Não deu outra. Ela saiu comigo. A mãe já estava ansiosíssima para segurar ela. O novo encontro das duas me emocionou novamente. Bem... aqui está um terço do que eu posso transmitir em palavras um dos sentimentos mais incríveis.

domingo, 10 de julho de 2011

A chegada repentina de Elis





Por Isis Correia



Às 15h30 da tarde de 05 de julho de 2011, uma ligação mudou o destino de minha vida. Ligo para minha obstetra para falar sobre o resultado de um exame, no qual tudo estava bem com Elis, e aproveito para tirar umas dúvidas sobre algumas sensações que estava percebendo nos dois dias anteriores. Pela competência e compromisso do anjo que apareceu na minha vida, na figura de alguém que escolheu por amor estar disponível 24horas do dia para trazer ao mundo novas vidas e transformar a rotina de tantos casais, atendi ao chamado da obstetra e fui ao seu consultório. Ao fazer o toque me revelou que eu já estava em trabalho de parto e que minha filha não passava daquela noite para nascer. O mais engraçado é que a medida que ela me fazia várias perguntas sobre o tempo que estava sentindo contrações, certos incômodos, cheguei a conclusão que minha falta de experiência enquanto mãe poderia colocar em risco a vida de minha bebê, afinal o que eu achava que era contração não era. Ela constatou que meu colo do útero estava se abrindo e passou 10 minutos com a mão sobre minha barriga para perceber o ritmo das contrações. Eu, na minha santa ignorância, perguntei a ela como ela sabia só em colocar a mão na minha barriga e senti “a dureza” do meu abdômen. Ela disse que aquilo era o meu útero contraído e que naqueles 10 minutos as contrações já estavam intensas, só que meu limiar de dor era muito alto. Após a explicação, com a cara mais lisa do mundo, ri e disse a ela: “Ah doutora, contração é isso, é?! Ah então eu to com isso desde sábado ou domingo...” Eu jurava que contração eram cólicas fortes, fisgadas finas que davam até “lá”... Eu e o pai dela achávamos que era a Elis em uma posição na parte superior e pior, falávamos com a contração como se estivéssemos sentindo o bumbum ou as perninhas dela. Ou seja, eu teria a minha filha num susto, achando que estava tudo bem e que era tudo normal. E ainda como se não bastasse, eu ele estávamos fazendo as contas erradas e ao invés de 38 semanas e meia, nossa Elis estava com 37 semanas. Por isso, marinheiras de primeira viagem, qualquer alteração, não achem, perguntem e confirmem porque uma dúvida pode fazer diferença na realização do maior sonho de nossas vidas que é ser mãe. Às 17h, quando acabou a consulta, a orientação da médica foi: “Vá para casa pegar suas coisas, enquanto eu organizo a equipe médica e ligo para dizer onde será o parto hoje à noite”. O pai ficou vermelho, encheu os olhos de lágrimas, foi chorando do consultório até em casa, em casa chorou mais um bocado e no hospital, então, nem se fala... Eu estava anestesiada, não tive tempo de permitir ansiedade... Foi tudo muito rápido. Eu só pensava nas minhas unhas que eu ia fazer de manhã e resolvi não ir naquela terça. E os biscoitinhos da Vovó Ina que ia encomendar para levar para a maternidade, naquela mesma tarde de terça... nada, agora não havia mais tempo! Tanta programação e mais uma vez, a prova de que não somos nós quem estamos no controle das coisas... Às 18h30, já estávamos a caminho da Santa Casa e às 19h40, eu já estava entrando na sala de cirurgia e deixando para trás a velha Isis... Alí, naquela sala, minha vida já começava a ser outra. A ficha não caiu... até o momento em que a médica, com muita sabedoria, deu as boas-vindas à minha pequena Elis com as seguintes palavras: “Seja bem-vinda Elis! Que Deus te abençoe, que você seja uma menina cheia de saúde, boa, inteligente e não dê muito trabalho aos papais... Amém, minha gente” Aquelas palavras e o choro, seguido, de minha princesinha me colocaram em transição entre a realidade e o imaginário! Assim, às 20h27, minha PEQUENA FLOR DE LIS já estava entre nós. O sentimento é indefinível... um amor que de tão intenso e puro se assemelha com tristeza... mas, não é tristeza, nem amor, até onde conhecemos... é talvez a catarse estética mais intensa da vida de uma mulher!!! Da minha foi! Ah! Vale a pena destacar que um amigo muito ousado sugeriu que enquanto eu esperava para ter a Elis, escrevesse um texto para o blog, nada mais justo para os seguidores... pena que foi tudo rápido e estava sem notebook, caneta e papel... Mas, tardiamente, está aqui o relato do dia mais importante de mina vida! OBS: Acabo este texto digitando com uma mão só porque minha ELIS acordou para mamar e enquanto espero ela arrotar, finalizo o texto com ela em meu colo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A última semana



Por Isis Correia


Duas colheres de ansiedade, quatro xícaras bem cheias de emoção, algumas lágrimas para dar mais leveza à mistura, uma pitada de medo e doses intensas de carência. É assim que se faz a última semana antes do seu bebê chegar. Entre sorrisos, lágrimas, empolgação, emoções à flor da pele, alternando com algumas cólicas e outros incômodos físicos, a última semana não é das mais fáceis. Tudo tem um tom de despedida... afinal, você não estará mais grávida na semana que vem e todas as atenções que eram dadas à você, esqueça! Seu bebê agora já rouba a cena. Tudo nesta semana é mais intenso, você está mais sensível. Qualquer despedida, comentário sobre o parto, pensamento sobre minha pequena Elis me faz chorar... com um tom de nostalgia daquilo que ainda não se viveu. Agora está na hora de finalizar as lembrancinhas da maternidade, providenciar os últimos retoques no quarto, deixar tudo limpinho e ainda, lembrar de arrumar a roupa do marido para ir á maternidade também. Afinal, descobri ontem que ele também tem que ter a bolsa dele. Ainda tem essa! Mas, tudo é feito numa expectativa tão grande que se torna a última maratona destes últimos nove meses. A alteração de humor é muito grande e isso é a parte que menos gosto neste processo. Todos já começam a rezar e torcer por você. Agora você já tem uma resposta quanto ao nascimento. O sono do papai já não é tão pesado. Eu já estava pensando em dormir com um copo d’água para acordá-lo quando fosse necessário, mas agora, basta uma remexidinha no colchão e ele acorda assustado – “O que foi amor? Está sentindo alguma coisa?”. Nos perguntamos como um grão de areia, se transforma em um bebê, em um pingo de gente, que já começa a mudar nossas vidas desde o primeiro momento, mesmo sem o poder da fala, sem o poder das relações humanas ainda bem definidos. É amar da forma mais pura. É doar-se da forma mais intensa. É colocar o outro em primeiro lugar. Na quinta, estarei indo à médica para definir horário, hospital e os últimos detalhes. Ah! e agora, com 12 quilos a mais, já começo a me sentir bem inchadona e com a cara de bolacha Maria como diz Regina, uma amiga, que também está nessa fase. Mas, depois que Elis nascer, mamar muito, é a hora de cuidar de mim, afinal quero que ela me ache a mamãe mais linda do mundo!!! Última semana... ela sairá de dentro de mim... ai que vontade de vê-la e ao mesmo tempo de deixá-la aqui!!! Vou sentir falta de seus empurrõezinhos e até das alfinetadas!!! Bem... o próximo texto já pode ser sobre o rostinho dela ou a emoção do parto! Talvez o pai escreva primeiro do que eu!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011

8º Mês - "Um corte, um movimento..."


Por Fabrício Carvalho

É... faz tempo que não posto nada... correria...mas, vamos lá. Oitavo mês... muito bom saber que chegamos até aqui e está tudo bem com as duas mulheres da minha vida. É muito, mas, muito interessante acompanhar o envolvimento da mãe com o bebê. "Rapaz", às vezes me pego de longe observando as duas no maior do diálogo. Diálogo este, no qual só as duas entendem. Do tipo que um simples movimento da Elis responde uma série de perguntas feitas pela mãe. Eu não entendo nada. Porém, a mãe sabe tudo! E se as duas estão "conversando" e eu chego para atrapalhar o "papo cabeça" (aquele que a mãe fala com voz de criança, tudo no diminutivo... acho que é "MANHÊS"), elas param o assunto. Brincadeira! Mas, é muito bom sentir que no imaginário das duas, elas são uma só, por enquanto; e nestes momentos crescem juntas. Meu amor mais antigo carrega agora meu amor mais novo. Está agora com a barriga ainda maior, só que ainda mais linda. É que Elis está com 47cm na 35ª semana. Grande, né? É filha de pai! Bom... com este barrigão todo, meu amor, está com um andar "diferente", eu diria... "remador"... é engraçado olhar para ela nos corredores do supermercado, vindo no final do corredor, remando de um lado e de outro. É muito lindo! Quando a observo vindo, abro um sorriso (de admiração, respeito e emoção) e ela sorri também, só que me repreende - "pare de mangar de mim!". Eu a observo e sinto algo muito bom. É uma energia muito boa você ver a mulher da sua vida carregando parte das NOSSAS VIDAS. Ah... eu ia me esquecendo! Homens, quando suas esposas grávidas, após terem ido dormir bem, acordarem se sentindo pra baixo, sem roupa, feias... as convidem para ir a um cabeleireiro, dá um corte... um corte que "dê apenas movimento". Meus amigos, melhora 80% do humor. É incrível! Oitenta por cento é uma vantagem... pois a oscilação é intensa. Nada como um bom movimento nos cabelos de uma grávida!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O 8º mês – “Sem roupa... sem movimento...”

Por Isis Correia



Bem... bem... bem... Acho que cheguei na fase que todo mundo falava!!! Já acordo com vontade de permanecer em casa... abro o guarda-roupa e... “putz! Acho que só restam três opções que ainda cabem e mesmo assim, os vestidos começam a ficar curtos para ir trabalhar”... calça não é mais recomendada, afinal além de prender a circulação, por mais que ela seja de gestante, aperta a pequena Elis que já está mais “arroxada” do que nunca. Dormir deitada? Jamais... pega aquele travesseirão e dorme quase sentada, mesmo após ter passado o dia todo no trabalho na mesma posição, praticamente. O resultado é dor nas costas e costela (não sei bem explicar se é na costela mesmo). Os pés já começam a inchar e a ansiedade aumenta junto com eles. Agora só faltam 4 semanas... ou não! Você começa a pensar com quantos centímetros ela está e começa a utilizar objetos para ter noção do tamanho e peso que ela vai nascer. O rosto, mais redondo, declara os quilinhos a mais, mas, não se culpe! Afinal imagine que ela nasce com 3,5kg, pense no peso de ter um cordão enooorrrrmeee dentro de você que também sairá com seu bebê... pronto! Acalme-se digamos que você só engordou metade do que a balança registra de sobrepeso. Sexo... ah sexo!!! Começa a ficar mais complicado agora... abaixar e levantar não é mais tão simples quanto antes... fazer as pernas... passar hidratante, calçar os pé... tudo fica mais complexo e passa a ser uma ação desafiadora. Mas, tudo vale a pena por esta pequena! São só 4 semaninhas de sufoco... em troca de uma vida inteira de dedicação, amor e cumplicidade. Já me sinto pesada... ah e prepare-se, nesta fase as pessoas olham para você e dizem: “eita já está pesada!” e por mais que você saiba disso... você começa a se comparar com um caminhão cheio de areia ou uma hipopótoma (principalmente quando você ver suas fotos deitadas ao chão... tudo esparramado kkkk). Mas, até nisso é divertido. A pior parte para mim está em depender dos outros e ficar mais lenta. Se antes gastava 30 minutos para ir a um lugar, agora no mínimo gasto 15 a mais. Fazer feira em hipermercado é sinônimo de cansaço pós-maratona. Esperar pelos outros, que compreendo, não têm o mesmo tempo que eu, nem as mesmas habilidades para determinadas coisas, ou ainda, a mesma paciência... é que me deixa agoniada!!! Não serei mais a mesma, sem dúvidas, após esta fase... talvez eu seja bem melhor do que o que sou hoje por reconhecer, mais uma vez, que todos temos limitações e que precisamos do próximo para nossa própria sobrevivência. Na reta final... qualquer hora é hora e qualquer tempo é tempo de se permitir aprender consigo mesma e com aquele pequeno ser que já, já, sai de você e passa a ser do mundo! Isso também já é uma grande lição!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Maratona de uma mãe

Por Isis Correia






Entrando na contagem regressiva, e ainda com gripe, talvez a mais intensa de todas que já tive, venho falar um pouco da maratona dos dois últimos meses!!! Após os preparativos para o chá de bebê – decoração, tema, o que servir, quanto gastar, o que pedir e etc, etc, etc – começam as dúvidas sobre que hospital, como será, normal ou cesária... Já contando 7 meses e meio ou cerca de 33 semanas, hoje acabo de responder outras questões, ao preparar a bolsa da maternidade. Perguntas de uma marinheira de primeira viagem – o que devo levar? Será que esta quantidade de lençol, fraldas e roupinhas dará? Chuquinha será preciso? E eu com toda minha fama de exageradaaaa, prefiro pecar pelo excesso! Ou seja, nada de levar só a bolsa grande... prepara a grande e a pequena, além da bolsa da mamãe aqui, que esta ainda nem está pronta!!! Às vezes falta fôlego, mas basta ela mexer daquele jeito mais intenso que tudo vira graça. Agora já dá para sentir uma estrutura mais durinha, só não sei se é a perninha ou o bracinho, ralando na minha barriga e isso me anima! Parece que ela está dizendo EU TE AMO!!! (coisas de uma mãe babona e bobona) Dividir-se entre os preparativos, marido, família, amigos, médico, terapia, trabalho, casa, exames, contaaaasss... ah as contas! e todo o resto de uma longa rotina não tem sido fácil. O bom é poder contar com amigos e algumas poucas pessoas da família. O chá de bebê mesmo, só foi possível graças a ajuda de muitos! E digo, valeu a pena, mais uma vez, por reunir aqueles que amo e gosto de compartilhar os momentos mais magníficos de minha vida!!! Uns ajudaram a colar as bandeirinhas, outros vieram aqui para casa para preparar os comes e bebes, outros se preocuparam na hora da festa em ver se estava tudo “ok”, outros, ajudaram financeiramente e assim tem sido. Elis tem me dado a oportunidade de agradecer a Deus todos os dias por aqueles que Ele me colocou ao redor. O quarto dela, acredito que neste fim de semana esteja pronto, faltando só o berço, que um amigo (tá vendo?! Mais um amigo!!!) nos deu de presente. Pois é, Elis já é abençoada e muito amada pelos mais próximos e por aqueles que a correria diária escolheu deixar um pouco distante, mas que nos estão ligados pelos laços do carinho, amor e respeito. Ainda sem fôlego, começo a pensar na possibilidade de data e hospital... a decisão só será tomada após 16 de junho, quando será minha próxima consulta na obstetra. A preferência por normal continua, mas outras questões acabam interferindo na escolha. O pai está muito ansioso e agora sinto que o amo em dobro. A Elis me faz sentir isso!!! Pois é amigos, a largada já foi dada desde 30 de novembro, mas parece que a hora da vitória, os últimos segundos que definem uma maratona já começaram... e agora, só me resta continuar correndo porque daqui para frente, difícil será diminuir o ritmo... Logo eu, tão sedentária!!! (risos)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Amor de Mãe!!!



Por Isis Correia



Um amor que move montanhas, enfrenta barreiras, acaba com medos, mas constrói novas inseguranças... principalmente, a vontade intríseca de ser uma excelente mãe. No meu primeiro Dia das Mães, com Elis em meu ventre parei para refletir em tudo aquilo que quero ser para ela, almocei em família, recebi mensagens de vários amigos, mas tive o meu momento com ela... chorei ao sentir a relação que já começa a ser construída sem mesmo, ela ter chegado ao mundo terreno. Agora entendo quando falam que o amor de mãe é mais verdadeiro de todos porque ele é construído sem você sequer conhecer o outro ser e ainda, quando este ser ainda é um grão dentro de você. Entre os presentes dados pela minha mãe e minha irmã, um deles me fez chorar e para mim foi o mais importante. Feito em uma cartolina branca, escrito com caneta Bic e com uma foto recortada de revista, meu primeiro cartaz de Dia das Mães me levou às lágrimas. A mensagem era de amor e boas vindas para a Elis. Este simples presente me levou às lembranças de minha infância, quando aprendi com minha mãe a dar valor a estas pequenas coisas. Pensei, já fiz muito cartaz destes e colava na geladeira em frente ao quarto dela, com fotos da família e hoje, ela quem faz para mim. Esta lembrança me fez pensar o quanto minha infância foi boa e o quanto esta fase é importante na construção da personalidade e do caráter do ser. Nos fins de semana, a programação já estava certa, minha mãe ia comigo à uma bomboniere, comprávamos pipoca doce, salgadinhos e guloseimas e ficávamos assistindo filme; ou então, ela fazia um monte de coisas gostosas, colocava o colchão na sala e chamava minhas amigas para assistirem desenho comigo. Foi assim que ficou marcada a história da Cinderela, O Gato de Botas, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e tantas outras que fazem parte do que sou hoje. Além disso, a preocupação em dar o melhor que se pode (sem exageros e sem glamour, mas com muito esforço) e a luta para nos mostrar a importância da moral, da boa conduta... Cheguei a uma conclusão. Para Elis, quero ser tudo aquilo que minha mãe foi e é para mim... não que ela seja perfeita... não, não, isso não... porque tem seus defeitos e seus fricotes... mas, o exemplo de amor, de companheirismo, de mulher guerreira, de bom coração, de porto-seguro, de honestidade e integridade moral... é isso que quero que Elis siga e encontre em nosso lar... sem luxos, sem vislumbrações do que é mais caro ou o que está na moda... com os pés no chão e a preocupação, realmente, aonde ela deve estar... em ser uma boa pessoa, forte e sabedora do por quê veio ao mundo... Isso foi o que aprendi com minha mãe e meu pai e é por isso, que finalizo este texto dizendo... MUITO OBRIGADA A ELES!!!

domingo, 24 de abril de 2011

Apesar de tudo ocorrer em você, você não controla quase nada...

Por Isis Correia

Dias de repouso... não sobe aqui... evita subir escada... ficar em pé... sentada demais... e depois de dois textos falando sobre sexo na gravidez, a orientação é: “NADA DE SEXO NESTE PERÍODO”... Por enquanto, são só por 15 dias, mas minha vida não pertence mais só a mim. A obstetra agora tem domínio dela. Logo eu que nunca gostei de ninguém mandando em mim, dizendo o que tenho ou não que fazer - principalmente, quando sei o que devo fazer - já começo a perceber as mudanças que a maternidade traz. Receber 15 dias de atestado médico para ficar de repouso, não trabalhar, e evitar fazer um monte de coisas, inclusive de estar perambulando, não foi nada fácil. Saber mais... da existência de uma bactéria e que a bebê já está com a cabeça na bacia, antes da fase certa, me deixou um pouco assustada. Saí do consultório chorando, mas mais por orgulho ferido e medo do que por acreditar que as coisas iriam dar erradas. Ninguém quer engravidar pensando nas coisas “estarem sob controle” e sim, “tudo normal”, vida normal! Mas, o impacto já passou. Depois dos exames feitos e de saber que Elis está bem, que a tal bactéria não chegou a prejudicar o processo e, apenas, que minha filha é um pouquinho adiantada e afobada (igual a mãe) já me tranqüilizou muito. Agora só converso com ela para ela ter paciência e esperar o tempo certo das coisas, o mundo aqui fora não é tal maravilhoso e seguro como onde ela está, então “espere um pouquinho mais”. Mas, até ela está com mais moral do que eu! Afinal, quem vai decidir a hora de conhecer o mundo aqui fora é ela, que nem tamanho tem! Descobri que na gestação é preciso ter alguns cuidados e aprender a deixar que o mundo se exploda. Tentar fazer o melhor no trabalho, mesmo sem ter as condições ideais e se estressar demais com isso, não vale tanto a pena. Priorizar os fins de semana arrumando a casa, depois de uma semana intensa de trabalho, também não. Se preocupar demais com o que vão pensar, em agradar demais o outro, pior ainda (VOCÊ NUNCA VAI CONSEGUIR FAZER ISSO POR COMPLETO!). Quem quiser que diga que não (“A criança não sente nada!”), mas o “estresse” já começa a interferir na nossa vida, mesmo antes de nascermos. O fato é que com o descanso e com algumas programações “light’s”, os bons resultados já começam a aparecer. Nada de perda de líquido nestes dias!!! E isso já é um alívio... Por isso, um conselho e um aviso: GRAVIDEZ NÃO É DOENÇA, MAS PRECISA DE CERTOS CUIDADOS! Seus limites agora são outros e algumas pequenas coisas podem colocar em risco a fase mais feliz de sua vida. Ainda bem que descobri isso a tempo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quatro paredes... muita calma nessa hora!

Fabrício Carvalho - Grávidas entre quatro paredes é um texto muito interessante para as mulheres... mas, venho através deste texto deixar claro que algo (que não sei bem o que é) acontece conosco, HOMENS! Homens sempre prontos... Basta o menor sinal de fumaça, eis que surgimos com tudo “em cima” para resolver. Afinal, onde há fumaça, há fogo! Logo... não é mais assim que acontece... Rapaz, é algo bem louco! Você sabe, a ciência comprova, mas na prática, a PSIQUE se “aperreia”. Não vai prejudicar o bebê, ao contrário, faz até em. Elis sente a energia boa do nosso amor. É... eu sei que a situação é boa, faz bem... mas... não machuca mesmo não? Ei... espere aí... assim dá pra fazer... É uma loucura. Para quem pensa que gravidez é “foguinho”... fraquinho... bem ralinho... está falicamente enganado. Só há uma palavra que explica – gravidez entre quatro paredes: incêndio, meu amigo! Não incêndio em uma floresta, um canavial... Imagine um incêndio num quarto com gasolina e fogos de artifício... é fogo até umas horas... Mas, voltando ao assunto... Amigos, até a barriga não crescer é uma tranqüilidade. Mas, quando você já vê o bebê mexendo... é difícil. Passar a mão na “barriguinha” é um risco. Futuros papais não passem a mão na “barriguinha”... pois, vocês correm sérios riscos. Se o bebê chutar nesse exato momento, você vai ter que se concentrar, irmão... se concentrar muito para não... bem... é... Mudando de assunto, aplausos mais uma vez para as mulheres! Como elas são superiores aos homens! O bebê está lá mexendo dentro dela e ela nem aí. Isso que é racionalidade. Essa vida e seus eternos aprendizados... Aqui estou vivenciando um deles e esperando que minha professora tenha paciência comigo, entre as nossas quatro paredes.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Grávidas entre quatro paredes

Por Isis Correia Mulher grávida e sexo. Curiosidade de muitos, vivência de outros. Em primeiro lugar, esclareço que as mulheres grávidas não são seres “assexuados”, extraterrestres, nem muito menos se transformaram em mulheres frígidas. Temos desejo sexual sim! Ah e se surpreenda: a libido aumenta muitoooo durante a gestação! Curioso isso... não sei se só pelos hormônios ou se pela necessidade, “inconsciente”, da mulher se reafirmar enquanto mulher... é como se o corpo quisesse dizer assim: “Ei meu querido estou aqui ainda e continuo ‘gostosa’ e ‘caliente’ como antes. Por isso, se ligue!” Chega a ser cômico, porque até meu esposo chegou ao ponto de dizer “acho que não vou engravidar mais você!”... Porém, estou aprendendo que existem dois momentos no sexo para mulheres grávidas – a.B e d.B (antes e depois da barriga aparecer). Enquanto a barriga está pequenininha, ótimo! O futuro papai não se importa com a presença de uma “terceira pessoa” na relação que antes era a dois. O sexo torna-se bem mais envolvente, a cumplicidade parece que aumenta, a criatividade também, a energia está a mil. Até o quarto mês, sexo não é problema, é solução! Mas, ao chegar no quinto, quando sua barriga já está à mostra e ninguém mais desconfia que você está apenas com uns quilinhos a mais, aí começa a “neura” – no pai, né?! Porque a mãe continua com seus desejos à flor da pele. A questão é que a mulher vem sentindo suas transformações mais subjetivas durante todo o processo da gravidez, talvez até antes mesmo. Já para o papai as mudanças ficam na teoria e aquilo que a gente não vivencia causa muitas vezes medo. Pois é... O problema agora é que, nessa fase, o papai acha que ela está vendo tudo!!! E se ela mexer... pronto! Parece que é um terremoto que desconcentra o camarada... a solução, manter a concentração e driblar o olhar da barriga... assim consegue-se atingir a meta! Coisas normais que acontecem com “todos” os homens que têm companheiras grávidas, só que poucos admitem. Não que sua vida sexual virou um desastre, também não vamos ao extremo... mas, vez ou outra, você pode se deparar com esta situação. Para isso, tenha paciência com o futuro papai, afinal as mudanças estão acontecendo em você e ele tem mais dificuldade de vivenciar. As mudanças nele se referem à simbologia. Isso, dizem, que também vai acontecer com você, mas já quando seu bebê estiver em seus braços. A regra agora é ADAPTAR-SE. Não se desespere! Qualquer dificuldade não quer dizer que ele não lhe ama mais ou que não lhe deseja mais. A “psique humana” é muito mais complexa. E há quem diga que aos 8 meses... é só brincadeirinha... (risos)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os valores para um filho


Por Isis Correia

Bem... após Carnaval, volto a me comunicar com vocês e acho que a pausa para esta comemoração (que não sei porque existe... me desculpem a ignorância) serviu para que, aos quase 5 meses de gestação, eu começasse a refletir sobre os “valores”. Antes de engravidar, e querer muito que um dia eu tivesse condições de realizar este sonho, ouvi muita gente dizendo que filho não é brincadeira e que é preciso ter estrutura para este passo. Nestes momentos a “tal estrutura” estava bem relacionada às questões financeiras, ao “dar o que tem de melhor” para um filho, destacando-se – o melhor colégio, a melhor roupa, o melhor brinquedo e etc, etc e etc. Agora que vivencio a situação na vida real, mesmo sem as condições “ideais”, economicamente, falando, me preocupo com outros valores. Destaco que também acho importante ter dinheiro para oferecer conforto e segurança para a criação de um ser, mas minha preocupação vai além. A subjetividade de educar, de oferecer a estrutura emocional IDEAL para que aquele ser, mesmo com sua individualidade, tenha o direcionamento certo que o auxilie a ser uma pessoa íntegra, de bem, realizada e acima de tudo feliz, sem grandes traumas. Este começa a ser meu pensamento, observar os desafios a fim de me preparar aos poucos para ser uma boa mãe, presente, compreensiva e acima de tudo, amiga, buscando construir uma relação saudável, leve e livre de preconceitos de mitos e clichês. Não acredito que eu e Fabrício, sejamos os pais perfeitos, até porque nem sei se isso é possível. Mas, acredito que nosso discernimento sobre o desafio de ser pai e mãe é amplo e mais claro, agora. Nossa maior preocupação foge das condições de dar o material. Não me importo se minha filha vai estudar no colégio mais caro, aliás nem idealizo isso, quero que ela tenha uma atenção mais direcionada e conviva com um grupo menor. Não quero nunca ver os seus futuros namorados como sifrões em pessoa, estabelecendo relações de “o melhor companheiro é aquele que tem mais estrutura, e vem de novo o financeiro”... No carnaval, refleti um pouco sobre a juventude que bebe em excesso, os pais que foram os espelhos para isso, muitas vezes; as relações de amor e fidelidade banalizadas por muitos; a honestidade, a preocupação com o outro ao dirigir, por exemplo; as relações de amizade reais e ilusórias; a MORAL. Não creio que os pais sejam os culpados por certas desestruturas, mas creio sim que se com uma base familiar forte, bem erguida, o resto da construção pode ser mais seguro e firme. Talvez eu esteja errada, mas talvez não... o que quero mesmo é ter a certeza de que me preocupei com as coisas que realmente valem a pena e que realmente fazem a diferença na construção moral de uma criatura que me foi prometida para que eu a auxilie no seu desenvolvimento.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sermos outros... Algumas transformações...

Por Fabrício Carvalho

Como estou reagindo ao ser pai, eu não sei. Às vezes, me pego imaginando um sorriso banguelo, que não tem preço que pague... os primeiros passos... como será o dia do nascimento... quando eu estiver com ela em meu colo...Tudo vem e me toma a todo instante. Eu já me percebi mais corajoso... sei lá, mais ser humano. Mas, de mim sei falar muito pouco... posso falar da experiência de conviver com uma mãe em formação... mas, diga-se de passagem, por vocação, mesmo. Só para iniciar, coloco que, não importa as discussões, as alegações, sobre igualdade dos sexos... não adianta muita coisa, pois um pai jamais sentirá o amor que uma verdadeira mãe sente por uma criatura de meio centímetro que está sendo gerada dentro dela. Nós, homens, ficaremos nesse critério apenas na teoria. Ser mãe não é para quem quer, é para quem AMA... Para quem não se importa que seu corpo está mudando, não se importa se peito está crescendo, se o peso está aumentando, se a partir de agora toda a roupa do guarda-roupa não caberá mais. Ser mãe é deixar de dormir na posição que gosta; é comer só uma fatia de pizza, quando a vontade é de devorar a pizza inteira. Ser mãe é despertar um instinto de cuidados: "amor já comeu?"; "já tomou o remédio?"; "vá tomar um banho"; "tome esse remédio que a febre vai passar" e etc, etc, etc... É... são os primeiros ensaios de uma linda, e porque não dizer, uma grande mãe. Que bom poder estar convivendo com uma mãe em formação. Ver seus primeiros impulsos maternos, os intintos em seus primeiros passos. Obrigada ao Deus da vida por essa experiência! Ser pai, inicialmente, é para mim uma experiência incrível, porém, acompanhar uma mulher ao ser mãe, é INSUPERÁVEL. OBRIGADA MEU GRANDE AMOR POR MAIS ESSE APRENDIZADO!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sermos outros...


Por Fabrício Carvalho

Bem... como começar?! Vamos lá... Primeiro eu explico como foi para mim a emoção de saber da vinda da pequena Elis. Estávamos bem desconfiados de que algo estava acontecendo de diferente ou que estava por acontecer, pois havia, uma necessidade intrínseca de sentir, junto do nosso colo, alguém que completasse o nosso amor. Não que nosso amor não fosse completo, mas... os compromissos, a “saudade” e a vontade de ter um pedaço seu nas mãos... de ter um fruto do nosso amor, falava NÃO!, gritava em nós. Então, a “regra” não veio. Mas, isso não seria problema, pois tantas outras vezes já havia atrasado. Eu dizia: “Amor... mas, algo está diferente em você, no seu corpo”. “Não sei...ok vamos fazer o Beta”. E assim o fizemos. Apreensão durante toda a manhã. Por volta das 10h e “tanta”, meu celular toca. Era o meu amor me chamando de PAPAI! O coração acelera e eu só dizia: “Não?! Você ta brincando”. E meu amor me responde: “Não, não estou”. Desligo o telefone meio aéreo e ligo para o biomédico, que por acaso é um dos meus “irmãos” e sempre, sempre mesmo, esteve comigo... o cara é “bom no bom e bom no ruim”. Então, ele confirma... Ah detalhe é que quase não consigo ligar para ele, porque minha cabeça estava estava a mil. Quando ele confirmou, simplesmente parei, coloquei a música dela (da nossa filha, que já havia sido escolhida por mim) e chorei... Não conseguia fazer mais nada, pois o meu pequeno amor estava vindo. Muita reflexão de volta para casa, mas assim como a emoção do nosso primeiro beijo está cravada em meu ser, o abraço que dei em minha esposa, que estava ali chorando ao ouvir que eu estava chegando e ouvindo a música da nossa filha, foi um momento inesquecível na minha existência. Um momento só nosso!!! Era eu, meu primeiro, verdadeiro e único amor, e o nosso novo amor... é... nosso novo amor! Desse dia até o seu nascimento estaremos aprendendo a sermos outros... novos amores fazem isso! Transformam você em outro. Bom, é legal que eu vou poder contar aqui como é sermos outros...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Instinto materno

Por Isis Correia

Instinto. Definido como “impulso natural independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica ou ainda, faculdade de pressentir, perceber, intuição”. É ele quem faz com que muitas de nós, mamães, já sintamos desde o primeiro momento qual o sexo do nosso bebê. Por mais, que não queiramos arriscar, para depois não sermos desmoralizadas, caso esta nossa faculdade falhe, no fundo, no fundo, sabemos o que habita em nós. Talvez, a energia cósmica universal esteja envolvida neste processo, ou o horóscopo, a astrologia... enfim, acredito que seja mais. A faculdade divina que Deus proporciona às mulheres dando a oportunidade de desenvolver em nós o sentimento mais sublime, o sentimento mais verdadeiro, o AMOR MATERNO.
Quando estamos grávidas, nos cansamos de ouvir a mesma pergunta milhares de vezes – “qual o sexo?” ou “o que você quer?” (como se a gente fosse escolher entre um e outro, e como se adiantasse nossa preferência. Aliás como se isso fosse diminuir o sentimento que temos por este ser que mede alguns mm e pesa algumas gramas). A verdade é que a vontade de descobrir o sexo também está intimamente ligada a vontade de dar uma resposta concreta e deixar de lado a cara de pateta que se fica ao responder “ainda não sei” ou “tanto faz”. Mesmo assim, quando me perguntavam, desde o primeiro momento eu dizia: Tenho certeza que é uma menina. É verdade que me encheram a cabeça com algumas idéias fixas de adivinhação e comentários que diziam que sempre que a mãe quer alguma coisa é outra.
Por alguns dias, acordei meio em crise de dúvida, me perguntando se o que estava sentindo era algo errado. Não! Depois de uma semana de crise, voltei a acreditar piamente que quem viria era a Elis. Pois bem, esta semana tive apenas a confirmação. Todos perguntando da ansiedade em descobrir o sexo. Mas, como se descobre algo que já se sabe? Então se já se sabe, nada de ansiedade. Mas, a emoção bateu mesmo quando conversei com Deus e agradeci por mais uma vez Ele permitir a realização de um sonho, uma nova conquista. Ao confirmar, me libertei da “dúvida” – dos outros, diga-se de passagem porque eu já tinha certeza. O resultado, após a ultrasson foi compra de vestidos, conjuntinhos, tiaras e até prisilhinhas de cabelo.
A busca não acaba nunca e o amor só aumenta a cada dia. O orgulho foi ainda maior quando vi que a minha Elis já está com 176 gramas e 15 cm. Agora virão os novos projetos em torno dela. A cor do quarto, os detalhes da decoração, o Chá de Bebê... e meu instinto materno me diz mais, que ela vai adorar tudo isso! Meu instinto agora tem nome Elis Correia de Carvalho e é por ela, que minha vida irá seguir.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mãe de primeira viagem


Por Isis Correia

Não sei se acontece com toda marinheira de primeira viagem no que diz respeito à gestação. Só sei que parece que o mundo fica diferente; que as pessoas te vêem diferente e que as coisas estão mudadas. Aliás... até parece que você não pisa no chão... a impressão que dá é que você está, literalmente, sobre as nuvens. Acho que é a primeira vez que uma mulher pede para ficar com barriga. Se olha no espelho e pede aquele barrigão e ainda se sente deslumbrante... risco de estrias? O que seria isso diante do ser que vive em você, que se relaciona, ainda que você não queira, com todo o seu organismo, que muda a sua rotina e que lhe faz realizar um sonho?

Depois da descoberta... do susto, ou melhor dizer, do coquetel de sentimentos, que ocorre quando você abre um envelope e vê a simples palavra POSITIVO, que vai mudar sua vida em segundos – ou o telefonema daquele amigo biomédico que brinca e pede para você ir descansar porque “uma mulher no seu estado não pode estar andando assim no sol...” (no meu caso) – chega a hora da ansiedade.

A palavra agora é busca! Busca pelo obstetra, busca pelo nome, busca pelos presentes, busca pelas informações sobre os diversos períodos da gestação, busca pelo Baby Sling, pela babá eletrônica, pelo quarto, pelos acessórios, mas... opa! PÁRE UM POUCO! Você ainda não sabe o sexo... shiiiii... mas, a gente dá um jeito... afinal, todo mundo diz “COMPRA TUDO NEUTRO”... e me pergunto: mãe quer saber de tudo neutro?! Mãe quer logo saber se compra o biquíni azul marinho, de bolinha branca e lacinho vermelho, ou a sunga descolada para o bebezão que vai chegar... se o quarto vai ser com tema dos animais selvagens ou se tudo irá ficar florido... quer saber se vai ser o João, ou a Maria, o Arthur ou Ana Clara, se Matheus ou Melissa, no meu caso... Se Pablo ou Elis... Mas, nada disso é mais importante do que saber que ele está perfeitinho, saber que pula na sua barriga e faz você de parque de diversão com praça de alimentação gratuita... os dedinhos? É lógico que na ultrasson a gente conta logo pra ver se as contas estão certas... a gente ri e chora quando ouve aquele coraçãozinho batendo e fazendo som de uma verdadeira escola de samba... (olhar de mãe... já começa assim), saber que ele está com 7 cm, quase 8, e que este é o máximo para um bebê com seu tempo, é a mesma coisa que dizer “SEU FILHO É O MAIOR BEBÊ DO MUNDO”...

As semanas passam e a contagem começa a ser regressiva. É inevitável não imaginar aquela criaturinha sem camisa, só de fraldas, andando na sala da sua casa com um sorriso “banguelo” que ganha de qualquer clareamento dentário, ou de qualquer sorriso de artista.

O casal não consegue mais pensar apenas nos dois. “Vamos à praia...” Na volta, um ri para o outro porque imaginou o retorno com a cadeira atrás e um bebê, que é seu, só seu... ali, sendo protagonista de qualquer cena da sua vida, desde o dia que você descobriu a existência dele.

É impraticável não olhar para os outros bebês e tentar imaginar quando o seu estiver daquele jeito o que irá fazer. Ou ainda, o que será que vai ter do pai e que traços trará da mãe... Tudo parece pequeno diante dele. O mundo pode cair... você pode cair... desde que não machuque ele... Esta também é a fase da busca pela paz. Você quer menos stress, mais tranqüilidade. Mais alegria, menos chateações. Ver os outros como loucos é melhor do que vê-los como chatos, arrogantes e coisa e tal.

Por enquanto, não consigo dizer que momento seria mais mágico ao ser mãe... talvez, eu perca as contas... talvez, o dia da descoberta... talvez, o dia de saber o sexo dele... talvez, o primeiro chute... ou ainda... o primeiro choro, que faz qualquer dor se tornar suave... ou será o primeiro sorriso, os primeiros passos... Dá para ver que não só um ser nasce como também novas experiências especiais e impagáveis vêm com ele... e só sabe o que é isso quem se permite ser MÃE... Lágrimas, decepções, cansaço, gastos, aborrecimentos... tudo isso também existirá, mas, assim como as estrias... o que será isso diante do ser que brotou de você e que dá mais sentido a sua vida? Há dinheiro que pague o sentimento de ser mãe? E ainda, há supermercado que venda a fórmula de ser feliz (pelo menos A SUA fórmula)?