segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sermos outros... Algumas transformações...

Por Fabrício Carvalho

Como estou reagindo ao ser pai, eu não sei. Às vezes, me pego imaginando um sorriso banguelo, que não tem preço que pague... os primeiros passos... como será o dia do nascimento... quando eu estiver com ela em meu colo...Tudo vem e me toma a todo instante. Eu já me percebi mais corajoso... sei lá, mais ser humano. Mas, de mim sei falar muito pouco... posso falar da experiência de conviver com uma mãe em formação... mas, diga-se de passagem, por vocação, mesmo. Só para iniciar, coloco que, não importa as discussões, as alegações, sobre igualdade dos sexos... não adianta muita coisa, pois um pai jamais sentirá o amor que uma verdadeira mãe sente por uma criatura de meio centímetro que está sendo gerada dentro dela. Nós, homens, ficaremos nesse critério apenas na teoria. Ser mãe não é para quem quer, é para quem AMA... Para quem não se importa que seu corpo está mudando, não se importa se peito está crescendo, se o peso está aumentando, se a partir de agora toda a roupa do guarda-roupa não caberá mais. Ser mãe é deixar de dormir na posição que gosta; é comer só uma fatia de pizza, quando a vontade é de devorar a pizza inteira. Ser mãe é despertar um instinto de cuidados: "amor já comeu?"; "já tomou o remédio?"; "vá tomar um banho"; "tome esse remédio que a febre vai passar" e etc, etc, etc... É... são os primeiros ensaios de uma linda, e porque não dizer, uma grande mãe. Que bom poder estar convivendo com uma mãe em formação. Ver seus primeiros impulsos maternos, os intintos em seus primeiros passos. Obrigada ao Deus da vida por essa experiência! Ser pai, inicialmente, é para mim uma experiência incrível, porém, acompanhar uma mulher ao ser mãe, é INSUPERÁVEL. OBRIGADA MEU GRANDE AMOR POR MAIS ESSE APRENDIZADO!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sermos outros...


Por Fabrício Carvalho

Bem... como começar?! Vamos lá... Primeiro eu explico como foi para mim a emoção de saber da vinda da pequena Elis. Estávamos bem desconfiados de que algo estava acontecendo de diferente ou que estava por acontecer, pois havia, uma necessidade intrínseca de sentir, junto do nosso colo, alguém que completasse o nosso amor. Não que nosso amor não fosse completo, mas... os compromissos, a “saudade” e a vontade de ter um pedaço seu nas mãos... de ter um fruto do nosso amor, falava NÃO!, gritava em nós. Então, a “regra” não veio. Mas, isso não seria problema, pois tantas outras vezes já havia atrasado. Eu dizia: “Amor... mas, algo está diferente em você, no seu corpo”. “Não sei...ok vamos fazer o Beta”. E assim o fizemos. Apreensão durante toda a manhã. Por volta das 10h e “tanta”, meu celular toca. Era o meu amor me chamando de PAPAI! O coração acelera e eu só dizia: “Não?! Você ta brincando”. E meu amor me responde: “Não, não estou”. Desligo o telefone meio aéreo e ligo para o biomédico, que por acaso é um dos meus “irmãos” e sempre, sempre mesmo, esteve comigo... o cara é “bom no bom e bom no ruim”. Então, ele confirma... Ah detalhe é que quase não consigo ligar para ele, porque minha cabeça estava estava a mil. Quando ele confirmou, simplesmente parei, coloquei a música dela (da nossa filha, que já havia sido escolhida por mim) e chorei... Não conseguia fazer mais nada, pois o meu pequeno amor estava vindo. Muita reflexão de volta para casa, mas assim como a emoção do nosso primeiro beijo está cravada em meu ser, o abraço que dei em minha esposa, que estava ali chorando ao ouvir que eu estava chegando e ouvindo a música da nossa filha, foi um momento inesquecível na minha existência. Um momento só nosso!!! Era eu, meu primeiro, verdadeiro e único amor, e o nosso novo amor... é... nosso novo amor! Desse dia até o seu nascimento estaremos aprendendo a sermos outros... novos amores fazem isso! Transformam você em outro. Bom, é legal que eu vou poder contar aqui como é sermos outros...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Instinto materno

Por Isis Correia

Instinto. Definido como “impulso natural independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica ou ainda, faculdade de pressentir, perceber, intuição”. É ele quem faz com que muitas de nós, mamães, já sintamos desde o primeiro momento qual o sexo do nosso bebê. Por mais, que não queiramos arriscar, para depois não sermos desmoralizadas, caso esta nossa faculdade falhe, no fundo, no fundo, sabemos o que habita em nós. Talvez, a energia cósmica universal esteja envolvida neste processo, ou o horóscopo, a astrologia... enfim, acredito que seja mais. A faculdade divina que Deus proporciona às mulheres dando a oportunidade de desenvolver em nós o sentimento mais sublime, o sentimento mais verdadeiro, o AMOR MATERNO.
Quando estamos grávidas, nos cansamos de ouvir a mesma pergunta milhares de vezes – “qual o sexo?” ou “o que você quer?” (como se a gente fosse escolher entre um e outro, e como se adiantasse nossa preferência. Aliás como se isso fosse diminuir o sentimento que temos por este ser que mede alguns mm e pesa algumas gramas). A verdade é que a vontade de descobrir o sexo também está intimamente ligada a vontade de dar uma resposta concreta e deixar de lado a cara de pateta que se fica ao responder “ainda não sei” ou “tanto faz”. Mesmo assim, quando me perguntavam, desde o primeiro momento eu dizia: Tenho certeza que é uma menina. É verdade que me encheram a cabeça com algumas idéias fixas de adivinhação e comentários que diziam que sempre que a mãe quer alguma coisa é outra.
Por alguns dias, acordei meio em crise de dúvida, me perguntando se o que estava sentindo era algo errado. Não! Depois de uma semana de crise, voltei a acreditar piamente que quem viria era a Elis. Pois bem, esta semana tive apenas a confirmação. Todos perguntando da ansiedade em descobrir o sexo. Mas, como se descobre algo que já se sabe? Então se já se sabe, nada de ansiedade. Mas, a emoção bateu mesmo quando conversei com Deus e agradeci por mais uma vez Ele permitir a realização de um sonho, uma nova conquista. Ao confirmar, me libertei da “dúvida” – dos outros, diga-se de passagem porque eu já tinha certeza. O resultado, após a ultrasson foi compra de vestidos, conjuntinhos, tiaras e até prisilhinhas de cabelo.
A busca não acaba nunca e o amor só aumenta a cada dia. O orgulho foi ainda maior quando vi que a minha Elis já está com 176 gramas e 15 cm. Agora virão os novos projetos em torno dela. A cor do quarto, os detalhes da decoração, o Chá de Bebê... e meu instinto materno me diz mais, que ela vai adorar tudo isso! Meu instinto agora tem nome Elis Correia de Carvalho e é por ela, que minha vida irá seguir.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mãe de primeira viagem


Por Isis Correia

Não sei se acontece com toda marinheira de primeira viagem no que diz respeito à gestação. Só sei que parece que o mundo fica diferente; que as pessoas te vêem diferente e que as coisas estão mudadas. Aliás... até parece que você não pisa no chão... a impressão que dá é que você está, literalmente, sobre as nuvens. Acho que é a primeira vez que uma mulher pede para ficar com barriga. Se olha no espelho e pede aquele barrigão e ainda se sente deslumbrante... risco de estrias? O que seria isso diante do ser que vive em você, que se relaciona, ainda que você não queira, com todo o seu organismo, que muda a sua rotina e que lhe faz realizar um sonho?

Depois da descoberta... do susto, ou melhor dizer, do coquetel de sentimentos, que ocorre quando você abre um envelope e vê a simples palavra POSITIVO, que vai mudar sua vida em segundos – ou o telefonema daquele amigo biomédico que brinca e pede para você ir descansar porque “uma mulher no seu estado não pode estar andando assim no sol...” (no meu caso) – chega a hora da ansiedade.

A palavra agora é busca! Busca pelo obstetra, busca pelo nome, busca pelos presentes, busca pelas informações sobre os diversos períodos da gestação, busca pelo Baby Sling, pela babá eletrônica, pelo quarto, pelos acessórios, mas... opa! PÁRE UM POUCO! Você ainda não sabe o sexo... shiiiii... mas, a gente dá um jeito... afinal, todo mundo diz “COMPRA TUDO NEUTRO”... e me pergunto: mãe quer saber de tudo neutro?! Mãe quer logo saber se compra o biquíni azul marinho, de bolinha branca e lacinho vermelho, ou a sunga descolada para o bebezão que vai chegar... se o quarto vai ser com tema dos animais selvagens ou se tudo irá ficar florido... quer saber se vai ser o João, ou a Maria, o Arthur ou Ana Clara, se Matheus ou Melissa, no meu caso... Se Pablo ou Elis... Mas, nada disso é mais importante do que saber que ele está perfeitinho, saber que pula na sua barriga e faz você de parque de diversão com praça de alimentação gratuita... os dedinhos? É lógico que na ultrasson a gente conta logo pra ver se as contas estão certas... a gente ri e chora quando ouve aquele coraçãozinho batendo e fazendo som de uma verdadeira escola de samba... (olhar de mãe... já começa assim), saber que ele está com 7 cm, quase 8, e que este é o máximo para um bebê com seu tempo, é a mesma coisa que dizer “SEU FILHO É O MAIOR BEBÊ DO MUNDO”...

As semanas passam e a contagem começa a ser regressiva. É inevitável não imaginar aquela criaturinha sem camisa, só de fraldas, andando na sala da sua casa com um sorriso “banguelo” que ganha de qualquer clareamento dentário, ou de qualquer sorriso de artista.

O casal não consegue mais pensar apenas nos dois. “Vamos à praia...” Na volta, um ri para o outro porque imaginou o retorno com a cadeira atrás e um bebê, que é seu, só seu... ali, sendo protagonista de qualquer cena da sua vida, desde o dia que você descobriu a existência dele.

É impraticável não olhar para os outros bebês e tentar imaginar quando o seu estiver daquele jeito o que irá fazer. Ou ainda, o que será que vai ter do pai e que traços trará da mãe... Tudo parece pequeno diante dele. O mundo pode cair... você pode cair... desde que não machuque ele... Esta também é a fase da busca pela paz. Você quer menos stress, mais tranqüilidade. Mais alegria, menos chateações. Ver os outros como loucos é melhor do que vê-los como chatos, arrogantes e coisa e tal.

Por enquanto, não consigo dizer que momento seria mais mágico ao ser mãe... talvez, eu perca as contas... talvez, o dia da descoberta... talvez, o dia de saber o sexo dele... talvez, o primeiro chute... ou ainda... o primeiro choro, que faz qualquer dor se tornar suave... ou será o primeiro sorriso, os primeiros passos... Dá para ver que não só um ser nasce como também novas experiências especiais e impagáveis vêm com ele... e só sabe o que é isso quem se permite ser MÃE... Lágrimas, decepções, cansaço, gastos, aborrecimentos... tudo isso também existirá, mas, assim como as estrias... o que será isso diante do ser que brotou de você e que dá mais sentido a sua vida? Há dinheiro que pague o sentimento de ser mãe? E ainda, há supermercado que venda a fórmula de ser feliz (pelo menos A SUA fórmula)?