domingo, 24 de julho de 2011
Adaptação X Espelho
domingo, 17 de julho de 2011
A experiência de um pai na maternidade
Para começar, assim como nos outros momentos, eu me permito experienciar no imaginário tudo o que aconteceu e trazendo à tona as emoções, não dá outra... quando lembro o nascimento de Elis, lágrimas surgem. Uma simples terça-feira, estávamos nós comprando o kit berço na maior tranqüilidade e discutindo sobre algumas coisas diferentes que estavam acontecendo... coisas do tipo uma “secreçaozinha, parecendo uma gelatina”. Isso no meio de uma empada e outros salgados. Resolvemos ligar para a médica e lá chegando, após exatos 10 minutos, ela nos informa que Elis chegaria naquela noite. Parado, estático, eu pergunto: “Mas, como assim? É hoje?”. E a médica, como para que me chamar para a realidade, diz: “É sim, é para já. Corra para pegar as coisas...” Então, toda a espera, toda a emoção de nove meses e expectativa, se resumia naquela ocasião... em poucas horas. Eu, simplesmente, chorava... e era um choro suave... as lágrimas escorriam no meu rosto e eu só pensava: “meu pequenino amor chega hoje... é hoje!” Chegando na maternidade, toda burocracia finalizada. A Isis entra numa sala e eu entro por outra, sem que ninguém me explique nada. A sorte foi uma pessoa, não sei se médico ou enfermeiro, que me explica: “Tu veste esta roupa, põe esta touca e vai por este corredor”. Bendito corredor! Tive que ficar esperando nele, até que a médica autorizasse minha entrada. Quase faço um buraco no chão. Ah, a minha entrada! Eu antes da Elis apagava ao ver sangue, ao entrar em centro cirúrgico... e então minha digníssima esposa, mesmo sabendo disso, diz: “Eu preciso de você comigo!”. É camarada, eu tive que trabalhar em mim este processo por 37 semanas. E eis que chega a minha entrada. Nada de fotografar a cirurgia! Eu estava lá, para mesmo que nervoso, oferecer segurança a Isis. A minha missão era mais importante que um simples acompanhamento. Eu tinha recebido da minha esposa, a responsabilidade de acompanhar, a qualquer custo, Elis ao nascer. E mesmo sem ser declarado eu sabia que deveria voltar à sala com Elis nos braços. Após a chegada dela, às 20h27, recebida com uma prece grandiosa da médica, prece esta que aumentou ainda mais a emoção - uma das emoções mais lindas experenciadas por mim, algo que envolve uma energia tão sublime, tão maravilhosa, que chorar é a única forma de expressar – Elis foi levada para os procedimentos médicos. E eu lá no “pé”. A pediatra me informa que ela nasceu um pouco cansada e que se não melhorasse iria para a UTI. Eu sabia que jamais poderia voltar à sala sem Elis e isso me preocupou. Comecei a falar com ela: “Meu amor, você tem que sair com o papai. Sua mamãe está esperando. Quer conhecer você. Colocar você nos braços. Melhore, meu amor, o papai está aqui.” Isso eu conversando com ela e um entra e sai de enfermeiros. Daí que um cara que filmava outros partos me apóia – “isso! Vai conversa com ela que ela sai com você! Vai conversa!”. Não deu outra. Ela saiu comigo. A mãe já estava ansiosíssima para segurar ela. O novo encontro das duas me emocionou novamente. Bem... aqui está um terço do que eu posso transmitir em palavras um dos sentimentos mais incríveis.
domingo, 10 de julho de 2011
A chegada repentina de Elis
Por Isis Correia
Às 15h30 da tarde de 05 de julho de 2011, uma ligação mudou o destino de minha vida. Ligo para minha obstetra para falar sobre o resultado de um exame, no qual tudo estava bem com Elis, e aproveito para tirar umas dúvidas sobre algumas sensações que estava percebendo nos dois dias anteriores. Pela competência e compromisso do anjo que apareceu na minha vida, na figura de alguém que escolheu por amor estar disponível 24horas do dia para trazer ao mundo novas vidas e transformar a rotina de tantos casais, atendi ao chamado da obstetra e fui ao seu consultório. Ao fazer o toque me revelou que eu já estava em trabalho de parto e que minha filha não passava daquela noite para nascer. O mais engraçado é que a medida que ela me fazia várias perguntas sobre o tempo que estava sentindo contrações, certos incômodos, cheguei a conclusão que minha falta de experiência enquanto mãe poderia colocar em risco a vida de minha bebê, afinal o que eu achava que era contração não era. Ela constatou que meu colo do útero estava se abrindo e passou 10 minutos com a mão sobre minha barriga para perceber o ritmo das contrações. Eu, na minha santa ignorância, perguntei a ela como ela sabia só em colocar a mão na minha barriga e senti “a dureza” do meu abdômen. Ela disse que aquilo era o meu útero contraído e que naqueles 10 minutos as contrações já estavam intensas, só que meu limiar de dor era muito alto. Após a explicação, com a cara mais lisa do mundo, ri e disse a ela: “Ah doutora, contração é isso, é?! Ah então eu to com isso desde sábado ou domingo...” Eu jurava que contração eram cólicas fortes, fisgadas finas que davam até “lá”... Eu e o pai dela achávamos que era a Elis em uma posição na parte superior e pior, falávamos com a contração como se estivéssemos sentindo o bumbum ou as perninhas dela. Ou seja, eu teria a minha filha num susto, achando que estava tudo bem e que era tudo normal. E ainda como se não bastasse, eu ele estávamos fazendo as contas erradas e ao invés de 38 semanas e meia, nossa Elis estava com 37 semanas. Por isso, marinheiras de primeira viagem, qualquer alteração, não achem, perguntem e confirmem porque uma dúvida pode fazer diferença na realização do maior sonho de nossas vidas que é ser mãe. Às 17h, quando acabou a consulta, a orientação da médica foi: “Vá para casa pegar suas coisas, enquanto eu organizo a equipe médica e ligo para dizer onde será o parto hoje à noite”. O pai ficou vermelho, encheu os olhos de lágrimas, foi chorando do consultório até em casa, em casa chorou mais um bocado e no hospital, então, nem se fala... Eu estava anestesiada, não tive tempo de permitir ansiedade... Foi tudo muito rápido. Eu só pensava nas minhas unhas que eu ia fazer de manhã e resolvi não ir naquela terça. E os biscoitinhos da Vovó Ina que ia encomendar para levar para a maternidade, naquela mesma tarde de terça... nada, agora não havia mais tempo! Tanta programação e mais uma vez, a prova de que não somos nós quem estamos no controle das coisas... Às 18h30, já estávamos a caminho da Santa Casa e às 19h40, eu já estava entrando na sala de cirurgia e deixando para trás a velha Isis... Alí, naquela sala, minha vida já começava a ser outra. A ficha não caiu... até o momento em que a médica, com muita sabedoria, deu as boas-vindas à minha pequena Elis com as seguintes palavras: “Seja bem-vinda Elis! Que Deus te abençoe, que você seja uma menina cheia de saúde, boa, inteligente e não dê muito trabalho aos papais... Amém, minha gente” Aquelas palavras e o choro, seguido, de minha princesinha me colocaram em transição entre a realidade e o imaginário! Assim, às 20h27, minha PEQUENA FLOR DE LIS já estava entre nós. O sentimento é indefinível... um amor que de tão intenso e puro se assemelha com tristeza... mas, não é tristeza, nem amor, até onde conhecemos... é talvez a catarse estética mais intensa da vida de uma mulher!!! Da minha foi! Ah! Vale a pena destacar que um amigo muito ousado sugeriu que enquanto eu esperava para ter a Elis, escrevesse um texto para o blog, nada mais justo para os seguidores... pena que foi tudo rápido e estava sem notebook, caneta e papel... Mas, tardiamente, está aqui o relato do dia mais importante de mina vida! OBS: Acabo este texto digitando com uma mão só porque minha ELIS acordou para mamar e enquanto espero ela arrotar, finalizo o texto com ela em meu colo.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
A última semana

Duas colheres de ansiedade, quatro xícaras bem cheias de emoção, algumas lágrimas para dar mais leveza à mistura, uma pitada de medo e doses intensas de carência. É assim que se faz a última semana antes do seu bebê chegar. Entre sorrisos, lágrimas, empolgação, emoções à flor da pele, alternando com algumas cólicas e outros incômodos físicos, a última semana não é das mais fáceis. Tudo tem um tom de despedida... afinal, você não estará mais grávida na semana que vem e todas as atenções que eram dadas à você, esqueça! Seu bebê agora já rouba a cena. Tudo nesta semana é mais intenso, você está mais sensível. Qualquer despedida, comentário sobre o parto, pensamento sobre minha pequena Elis me faz chorar... com um tom de nostalgia daquilo que ainda não se viveu. Agora está na hora de finalizar as lembrancinhas da maternidade, providenciar os últimos retoques no quarto, deixar tudo limpinho e ainda, lembrar de arrumar a roupa do marido para ir á maternidade também. Afinal, descobri ontem que ele também tem que ter a bolsa dele. Ainda tem essa! Mas, tudo é feito numa expectativa tão grande que se torna a última maratona destes últimos nove meses. A alteração de humor é muito grande e isso é a parte que menos gosto neste processo. Todos já começam a rezar e torcer por você. Agora você já tem uma resposta quanto ao nascimento. O sono do papai já não é tão pesado. Eu já estava pensando em dormir com um copo d’água para acordá-lo quando fosse necessário, mas agora, basta uma remexidinha no colchão e ele acorda assustado – “O que foi amor? Está sentindo alguma coisa?”. Nos perguntamos como um grão de areia, se transforma em um bebê, em um pingo de gente, que já começa a mudar nossas vidas desde o primeiro momento, mesmo sem o poder da fala, sem o poder das relações humanas ainda bem definidos. É amar da forma mais pura. É doar-se da forma mais intensa. É colocar o outro em primeiro lugar. Na quinta, estarei indo à médica para definir horário, hospital e os últimos detalhes. Ah! e agora, com 12 quilos a mais, já começo a me sentir bem inchadona e com a cara de bolacha Maria como diz Regina, uma amiga, que também está nessa fase. Mas, depois que Elis nascer, mamar muito, é a hora de cuidar de mim, afinal quero que ela me ache a mamãe mais linda do mundo!!! Última semana... ela sairá de dentro de mim... ai que vontade de vê-la e ao mesmo tempo de deixá-la aqui!!! Vou sentir falta de seus empurrõezinhos e até das alfinetadas!!! Bem... o próximo texto já pode ser sobre o rostinho dela ou a emoção do parto! Talvez o pai escreva primeiro do que eu!!!
terça-feira, 21 de junho de 2011
8º Mês - "Um corte, um movimento..."
Por Fabrício Carvalho
É... faz tempo que não posto nada... correria...mas, vamos lá. Oitavo mês... muito bom saber que chegamos até aqui e está tudo bem com as duas mulheres da minha vida. É muito, mas, muito interessante acompanhar o envolvimento da mãe com o bebê. "Rapaz", às vezes me pego de longe observando as duas no maior do diálogo. Diálogo este, no qual só as duas entendem. Do tipo que um simples movimento da Elis responde uma série de perguntas feitas pela mãe. Eu não entendo nada. Porém, a mãe sabe tudo! E se as duas estão "conversando" e eu chego para atrapalhar o "papo cabeça" (aquele que a mãe fala com voz de criança, tudo no diminutivo... acho que é "MANHÊS"), elas param o assunto. Brincadeira! Mas, é muito bom sentir que no imaginário das duas, elas são uma só, por enquanto; e nestes momentos crescem juntas. Meu amor mais antigo carrega agora meu amor mais novo. Está agora com a barriga ainda maior, só que ainda mais linda. É que Elis está com 47cm na 35ª semana. Grande, né? É filha de pai! Bom... com este barrigão todo, meu amor, está com um andar "diferente", eu diria... "remador"... é engraçado olhar para ela nos corredores do supermercado, vindo no final do corredor, remando de um lado e de outro. É muito lindo! Quando a observo vindo, abro um sorriso (de admiração, respeito e emoção) e ela sorri também, só que me repreende - "pare de mangar de mim!". Eu a observo e sinto algo muito bom. É uma energia muito boa você ver a mulher da sua vida carregando parte das NOSSAS VIDAS. Ah... eu ia me esquecendo! Homens, quando suas esposas grávidas, após terem ido dormir bem, acordarem se sentindo pra baixo, sem roupa, feias... as convidem para ir a um cabeleireiro, dá um corte... um corte que "dê apenas movimento". Meus amigos, melhora 80% do humor. É incrível! Oitenta por cento é uma vantagem... pois a oscilação é intensa. Nada como um bom movimento nos cabelos de uma grávida!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
O 8º mês – “Sem roupa... sem movimento...”
Bem... bem... bem... Acho que cheguei na fase que todo mundo falava!!! Já acordo com vontade de permanecer em casa... abro o guarda-roupa e... “putz! Acho que só restam três opções que ainda cabem e mesmo assim, os vestidos começam a ficar curtos para ir trabalhar”... calça não é mais recomendada, afinal além de prender a circulação, por mais que ela seja de gestante, aperta a pequena Elis que já está mais “arroxada” do que nunca. Dormir deitada? Jamais... pega aquele travesseirão e dorme quase sentada, mesmo após ter passado o dia todo no trabalho na mesma posição, praticamente. O resultado é dor nas costas e costela (não sei bem explicar se é na costela mesmo). Os pés já começam a inchar e a ansiedade aumenta junto com eles. Agora só faltam 4 semanas... ou não! Você começa a pensar com quantos centímetros ela está e começa a utilizar objetos para ter noção do tamanho e peso que ela vai nascer. O rosto, mais redondo, declara os quilinhos a mais, mas, não se culpe! Afinal imagine que ela nasce com 3,5kg, pense no peso de ter um cordão enooorrrrmeee dentro de você que também sairá com seu bebê... pronto! Acalme-se digamos que você só engordou metade do que a balança registra de sobrepeso. Sexo... ah sexo!!! Começa a ficar mais complicado agora... abaixar e levantar não é mais tão simples quanto antes... fazer as pernas... passar hidratante, calçar os pé... tudo fica mais complexo e passa a ser uma ação desafiadora. Mas, tudo vale a pena por esta pequena! São só 4 semaninhas de sufoco... em troca de uma vida inteira de dedicação, amor e cumplicidade. Já me sinto pesada... ah e prepare-se, nesta fase as pessoas olham para você e dizem: “eita já está pesada!” e por mais que você saiba disso... você começa a se comparar com um caminhão cheio de areia ou uma hipopótoma (principalmente quando você ver suas fotos deitadas ao chão... tudo esparramado kkkk). Mas, até nisso é divertido. A pior parte para mim está em depender dos outros e ficar mais lenta. Se antes gastava 30 minutos para ir a um lugar, agora no mínimo gasto 15 a mais. Fazer feira em hipermercado é sinônimo de cansaço pós-maratona. Esperar pelos outros, que compreendo, não têm o mesmo tempo que eu, nem as mesmas habilidades para determinadas coisas, ou ainda, a mesma paciência... é que me deixa agoniada!!! Não serei mais a mesma, sem dúvidas, após esta fase... talvez eu seja bem melhor do que o que sou hoje por reconhecer, mais uma vez, que todos temos limitações e que precisamos do próximo para nossa própria sobrevivência. Na reta final... qualquer hora é hora e qualquer tempo é tempo de se permitir aprender consigo mesma e com aquele pequeno ser que já, já, sai de você e passa a ser do mundo! Isso também já é uma grande lição!
terça-feira, 31 de maio de 2011
Maratona de uma mãe
Entrando na contagem regressiva, e ainda com gripe, talvez a mais intensa de todas que já tive, venho falar um pouco da maratona dos dois últimos meses!!! Após os preparativos para o chá de bebê – decoração, tema, o que servir, quanto gastar, o que pedir e etc, etc, etc – começam as dúvidas sobre que hospital, como será, normal ou cesária... Já contando 7 meses e meio ou cerca de 33 semanas, hoje acabo de responder outras questões, ao preparar a bolsa da maternidade. Perguntas de uma marinheira de primeira viagem – o que devo levar? Será que esta quantidade de lençol, fraldas e roupinhas dará? Chuquinha será preciso? E eu com toda minha fama de exageradaaaa, prefiro pecar pelo excesso! Ou seja, nada de levar só a bolsa grande... prepara a grande e a pequena, além da bolsa da mamãe aqui, que esta ainda nem está pronta!!! Às vezes falta fôlego, mas basta ela mexer daquele jeito mais intenso que tudo vira graça. Agora já dá para sentir uma estrutura mais durinha, só não sei se é a perninha ou o bracinho, ralando na minha barriga e isso me anima! Parece que ela está dizendo EU TE AMO!!! (coisas de uma mãe babona e bobona) Dividir-se entre os preparativos, marido, família, amigos, médico, terapia, trabalho, casa, exames, contaaaasss... ah as contas! e todo o resto de uma longa rotina não tem sido fácil. O bom é poder contar com amigos e algumas poucas pessoas da família. O chá de bebê mesmo, só foi possível graças a ajuda de muitos! E digo, valeu a pena, mais uma vez, por reunir aqueles que amo e gosto de compartilhar os momentos mais magníficos de minha vida!!! Uns ajudaram a colar as bandeirinhas, outros vieram aqui para casa para preparar os comes e bebes, outros se preocuparam na hora da festa em ver se estava tudo “ok”, outros, ajudaram financeiramente e assim tem sido. Elis tem me dado a oportunidade de agradecer a Deus todos os dias por aqueles que Ele me colocou ao redor. O quarto dela, acredito que neste fim de semana esteja pronto, faltando só o berço, que um amigo (tá vendo?! Mais um amigo!!!) nos deu de presente. Pois é, Elis já é abençoada e muito amada pelos mais próximos e por aqueles que a correria diária escolheu deixar um pouco distante, mas que nos estão ligados pelos laços do carinho, amor e respeito. Ainda sem fôlego, começo a pensar na possibilidade de data e hospital... a decisão só será tomada após 16 de junho, quando será minha próxima consulta na obstetra. A preferência por normal continua, mas outras questões acabam interferindo na escolha. O pai está muito ansioso e agora sinto que o amo em dobro. A Elis me faz sentir isso!!! Pois é amigos, a largada já foi dada desde 30 de novembro, mas parece que a hora da vitória, os últimos segundos que definem uma maratona já começaram... e agora, só me resta continuar correndo porque daqui para frente, difícil será diminuir o ritmo... Logo eu, tão sedentária!!! (risos)