quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As pequenas conquistas!!!




Por Isis Correia


Bem... estou tentando voltar ao hábito de escrever para o blog e esta semana, resolvi falar das pequenas conquistas. Eu sempre fui do tipo de pessoa que dá valor aos detalhes, às pequenas coisas, aos pequenos gestos, e diga-se de passagem, diários. Pois bem... não sei se isso é bom ou ruim, só sei que a vinda de Elis tem feito com que eu exagere nesta minha característica. Acompanhar o desenvolvimento dela, a cada dia, tem sido sinônimo disso. Fico d’olho nas pequenas conquistas dela... um dia ela tenta girar de um lado e não consegue, de repente, no outro, ela já está virando tudo... no carro, repentinamente, ela aprende a tirar a chupeta da boca e, depois de várias tentativas de colocar de volta, ela consegue... e a mãe aqui começa a festejar dentro do carro, dizendo, ao pai que está no volante: “Amor, que lindo! Que massa! Ela conseguiu colocar a chupeta na boca”... Como se isso fosse a conquista de uma medalha olímpica... e olhe, que foi ao contrário, a chupeta chegou à boca de cabeça para baixo. Mas, para alguém que não sabia nem pegar na chupeta, nem segurá-la na boca, coordenar este movimento foi uma grande conquista. Elis tem me surpreendido!!! Agora, está na fase de ficar de cabeça para baixo, olhando o mundo por uma nova perspectiva, ou girando no colchão todo, até chegar ao ponto de quase, quase cair... a sorte é que, como vida de mãe não é nada fácil, eu estou sempre alerta! Descobrir a capacidade de falar, emitir sons, é uma outra coisa que a deixa empolgada. É ela também descobriu que pode fazer barulho e desde então, é difícil manter uma simples conversa ou assistir TV perto dela. Gritos altos e finos são as notas musicais dos meu dias... o bom é saber que sou co-partícipe deste processo. Vivo estimulando ela... brincando, conversando, repetindo coisas, gestos, sons... sendo mãe! É por isso, que de presente de Natal peço a Deus a oportunidade de ficar com ela até 1 ano, já que não tenho com quem deixar... mas, como só vou precisar pensar nisso em fevereiro, de repente, muitas águas rolem e enquanto isso, estou aqui, como se tivesse 1 ano de idade... tudo para cumprir bem meu papel!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um caroço de ervilha que gosta de ouvir música


Por Isis Correia

As lágrimas me vieram novamente... lágrimas de realização... de alegria... de um sentimento que não dá para explicar... há um ano, via um carocinho, uma ervilha dentro de mim que pulsava e que já se fazia viva e forte!!! Uma ervilha que estourava porque essa ervilhinha tinha coração e já tinha nome, ELIS!!! Hoje, esta ervilha veste um pijama estampa
do de bonequinha, usa lavanda e dorme no meu colo, ouvindo Caetano Veloso e Maria Gadú! Essa ervilha continua pipocando... em gargalhadas, balbucios, besourinhos e tantas outras surpresas diárias... Nunca pensei que uma ervilha, uma única ervilha, fosse me satisfazer tanto! Preencher lacunas... e me proporcionar as mais completas sensações de satisfação... Hoje sou mãe, realizada, completa... “estérica”... “fálica”... ou sei lá o que, que a Psicologia possa definir... SOU MÃE... APENAS... Mãe... essa era a única certeza que tinha na vida. Tinha certeza que aqui tinha vindo para ser mãe... o resto foi construção com o acaso, o destino, o planejado, o carma, enfim... com tudo!!! Mas, ser mãe foi permitir ser feliz com uma ervilha que se transformou em um bebê lindo, saudável e risonho... e em breve, em uma criança, uma menina, uma moça, uma mulher... e eu que hoje sou partícipe desta pequena ervilha em forma de gente, passarei a ser apenas espectadora de sua história... suas escolhas, seus desafios, suas conquistas... pois bem... mas, a satisfação em tê-la faz parte da minha dieta diária!!! Agora meu caroço de ervilha gosta de ouvir música... se prende ao som de um violão dedilhado ou de um sax... dorme ao som de blues ou de jazz... se acalma no meu colo e pega na minha mão... sorri quando acaba de mamar e grita quando saio de perto... por mais que as coisas mudem... isso já estará cravado em minha alma e nunca, mais nunca, serei a mesma!!!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A visita inesperada e as lições que ela traz












Por Isis Correia




Às 19h é possível esperar, sem ansiedade alguma, a visita das tão conhecidas cólicas do bebê. Pelo menos as da Elis vinham nesta hora. Além de desafiadora, a cólica de Elis era massacrante e a levava às lágrimas nada mais, nada menos, durante 60 minutos. Claro que tentávamos de tudo, mas nada, nada resolvia. De luftal à massagem, de paninho quente na barriga a banho de balde com hidromassagem e água morna... até o tal regime alimentar, mesmo sem acreditar, a mamãe aqui fez e... nada! A cólica persistia. Mas, foi pesquisando pela internet – amiga de todas as horas – que encontramos mais uma tentativa e desta vez, deu certo. A receita: chá de erva-doce três vezes ao dia para a mamãe e, como resultado, efeitos maravilhosos no bebê. Desde que comecei a fazer disso um hábito diário, Elis não sente mais cólicas e eu tenho noites mais tranquilas. Ver nosso bebê chorando sem parar, sem podermos fazer muita coisa, nos dá um sentimento de impotência e desespero... é pedir paciência, paciência e paciência para esperar a dita-cuja ir embora. Às mães de primeira viagem é bom se prepararem porque elas são comuns... alguns bebês sentem mais outros menos, mas elas fazem parte do processo de amadurecimento do sistema digestivo de nossos filhotes. Mas, esta situação me levou, mais uma vez à reflexão... Eu odeio chá de erva-doce. Até o cheiro me deixava enjoada, porém com a necessidade de sanar o problema de Elis, agora posso dizer que até sou simpatizante do chá, afinal ele se tornou meu melhor amigo. A maternidade é uma comprovação de que nunca podemos dizer nunca... em nenhuma situação. O instinto materno e o sentimento de mãe nos faz mudar de opinião rapidamente. Arriscar de tudo para fazer o melhor aos nossos filhos, este discurso é velho, mas nunca deixará de caber. Ah! A quem diz que nunca dará chupeta a seu bebê, espere! Eu também disse isso... Mas, a maternidade, me deu mais uma lição, CADA CASO É UM CASO. E até quem parece ser o vilão, como no caso da chupeta, pode ser a solução de um determinado problema. Elis estava mamando, além da conta, para suprir a fome e a tal necessidade de sucção, e então estava começando a regugitar demais e ficar inquieta, chorando muito. Levei a uma pediatra e ela desconfiou de refluxo... Elis iria se subemetr a exames chatíssimos, foi quando pensei em testar a tal chupeta quando percebesse que ela só queria “sugar”. No começo ela não quis, até que molhei no leite materno e foi um santo remédio. Desde então, ela só pega a chupeta de vez em quando, e aquilo que estava 99% diagnosticado como refluxo, era apenas a vontade de “chupetar”. Assim, aprendi mais uma lição e compartilho com vocês que são pais e mães de qualquer viagem, primeira, segunda, terceira...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Papai é “boco”






Por Isis Correia







Às 5h da manhã, acordo com um “choramingo” da Elis e ouço um diálogo de pai para filha que dizia exatamente assim: “ô filha, tenha calma, papai é ‘boco’, NE?! Papai é boco... (traduzindo, broco) Que demora... mas o papai tá aprendendo...”. O diálogo complementava o cenário que se construía naquele momento... um pai, nos primeiros dias com a pequenina, e trocando fraldas em plena madruga. A cena me fez refletir sobre a importância da chegada de um filho na nossa vida. Fabrício era do tipo que às 5h da manhã não levantava se não fosse obrigado e, mesmo assim, se atrasava, se irritava e um sorriso era pedir o impossível. Com a chegada de Elis, eu que já o admirava pela sua bondade, companheirismo, fidelidade e inteligência, consigo encontrar mais adjetivos para descrevê-lo e amá-lo. A paternidade (de fato) trouxe a Fabrício mais maturidade e começou a mostrar que é possível superar dificuldades e transformar nossa visão sobre as coisas. Confesso que ele me surpreendeu... ah! e com certeza surpreenderá a todos que souberem que desde a primeira semana quem corta as unhas da Elis é ele, sem eu nem pedir, e que é ele quem alivia as cólicas massageando a barriguinha dela... Vejo se desenhar um homem responsável que agora busca correr atrás do prejuízo por razões que tendem a se tornar mais fortes com o passar do tempo. Ah! e como se não bastasse, colocar Elis para arrotar durante a madrugada também é responsabilidade dele... às vezes, o cansaço faz dele menos ágil... mas, em geral, ele é um ótimo pai e está sendo um ótimo companheiro. Hoje, vejo, mais do que nunca, a importância de ter alguém com quem contar neste processo de desenvolvimento de um ser. No nosso caso, Fabrício tem sido meu braço direito e fico muito agradecida por isso, mesmo sabendo que ele está fazendo o que todo pai de verdade deve fazer, participar. Sua paciência, seu carinho, as dezenas de vezes que se declara para nossa Elis, são hoje a semente de um amor que começará a cada dia a brotar dentro dela e a fortalecer esta relação entre PAI e FILHA. Amigos é o que eu acredito que eles serão. Hoje, Elis me enche de orgulho quando se entrega aos meus braços, nos momentos que só eu consigo acalentá-la (toda mãe tem este poder supremo... às vezes só o nosso jeitinho é quem acalma), mas sei que cada dia é uma contagem regressiva para que eu seja deixada de lado e ela seja louca pelo pai. Com o tempo, o papai “boco” começa a ser substituído por um super-herói, um ídolo, um exemplo... e neste caso, tenho certeza, que ela terá o melhor exemplo de integridade, bondade, moral, lealdade, inteligência e amor. Fabrício este texto é apenas para dizer o quanto nós te amamos e que este primeiro Dia dos Pais seja um dos momentos mais especiais de sua vida!!! Parabéns e obrigada por tudo isso!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Confinamento






Por Isis Correia







Um mês de Elis, um mês sem sair de casa, praticamente, e eu a ponto de explodir (risos). Todos tinham me falado das noites de sono, das mamadas, das trocas de fraldas e até dos gastos, mas, esqueceram de me alertar sobre o primeiro mês de confinamento em sua própria casa e pior sem nem telespectadores e muito menos concorrendo a um prêmio de R$1milhão. Eu, que sempre fui muito decidida e livre para fazer tudo o que quisesse a qualquer hora, sempre ativa para trabalhar, me vejo sem poder ir à terapia, ao supermercado, e nem sequer podendo comprar uma superpromoção num site de compras coletivas de 21 sessões de tratamento estético a preço de banana. Logo eu que estou me sentindo gorda e deformada (rsrsrsrs). Mesmo sabendo que já perdi 8 kg, não estou satisfeita e minha busca será intensa por perder mais 8... Enfim, de todas as problemáticas que já tinham me falado sobre ter filhos, esta é a real para mim. Não me incomodo em perder sono, em gastar, em dar de mamar, em roupas para lavar... a contagem era regressiva para que Elis completasse um mês e pudesse começar a sair de casa. Esta meta já foi alcançada. A próxima é conseguir marcar outras coisas, inclusive aquelas que me ajudarão a entrar em forma, contando com a ajuda de alguém que possa ir comigo. Afinal, nesta fase, Elis e eu somos uma só pessoa. O pai, apesar de ajudar muito, nunca irá entender os motivos do stress porque para ele a vida continua da “mesma forma”. Se ele tiver uma reunião, tem como ir. Se quer andar 2 horas seguidas de bicicleta, é só querer. Enfim, ele não tem ninguém que dependa dele para se alimentar e se sentir mais segura. Agora me diga tem como não se stressar? Acima do peso, com as coisas de casa para fazer, sem poder sair de casa e ainda, sem sexo (porque tem que esperar 40 dias)... ai ai...Fabrício tem sido um companheiro e tanto, mas, venhamos e convenhamos, a responsabilidade, ou pelo menos o peso maior dela, fica com a MAMÃE – em qualquer nação, planeta, cidade, Estado, em qualquer canto. Ser livre é minha filosofia de vida. Sei que muitos vão dizer que agora nunca mais terei a mesma liberdade. E sei que isso é fato. Mas, nem é isso que me importo. Elis foi o maior presente e realização de minha vida e nunca ela será um peso. Quando Elis estiver podendo sair mais, entrar em qualquer lugar, será maravilhoso fazer as coisas com ela. Ponho-a no colo, no bebê conforto, ou na “garupa” de qualquer automóvel que eu tenha e “vamos simbora”. Esta fase chegará. O meu stress está começando a passar porque já estou começando a planejar algumas soluções para o fim do confinamento, como tirar leite e deixá-la com vovó ou os titios, pelo menos para eu ir à terapia ou ao cinema com o papai. Só não poderia deixar de falar no blog sobre este sentimento que é real e que faz ou fez parte desta fase da vida das mulheres-mães marinheiras de primeira viagem. Mas, o sorriso de Elis consegue me desestressar um bocado...


domingo, 24 de julho de 2011

Adaptação X Espelho




Por Isis Correia


Adaptação. É assim que nomeio o período após o nascimento de Elis. Agora um novo mundo surge, após 25 anos de vida e tudo, mas tudo é novo, mesmo. Mudanças? Ah mudanças, são muitas, mas quem disse que não gosto delas?! Com exceção, das mudanças no meu corpo – é aquelas que mostram que você não é mais aquela grávida bonita, com barrigão exuberante, e sim, uma mulher com uns quilinhos a mais, meio “descatembada” aqui, com uma gordurinha ali, sem roupas para vestir – gosto de todas as outras. Ah!!! Uma dica para as meninas, quando forem comprar seus vestidos para usar na gestação, comprem alguns que tenham botoezinhos na parte dos seios, afinal, após ter o bebê, você pode continuar usando eles e a amamentação requer algumas estratégias. Em relação a mim, estou na fase de querer quebrar os espelhos de casa, para quando voltar ao normal (tenho fé de que isso acontecerá, até porque há duas semanas eu estava pior) mandar colocar todos novamente e finalmente conseguir me admirar diante deles. É adaptação em tudo. Tenho costumado dizer que seu seio acaba virando, literalmente, um “órgão público”, afinal, na hora que Elis quer mamar quem tiver comigo vai ter que vivenciar este momento, porque não vou deixar minha filha com fome. Você quer mais privacidade, mas nem sempre tem como controlar isso. Por isso, tenha calma, nos primeiros dias isso vai lhe incomodar mais, depois nem tanto... De contrapartida, também estou na fase do sentir-me como mãe. Sabe aquela canseira gratificante?! É ela quem faz parte de minha vida agora. Dormir uma noite inteira não é mais possível. Um simples gemidinho é motivo para interromper meu sono e testar meu nível de concentração e atenção. Quem disse que me arrependi?! De jeito nenhum, afinal, que mãe seria eu se não tivesse histórias para contar sobre as trocas de fraldas e as mamadas noturnas? Mas, meninas, agora tudo está mais calmo. A adaptação é grande. Os primeiros dias são terríveis porque um conjunto de coisas novas acontece e um conjunto de pessoas está a sua volta tentando lhe ajudar, porém cada uma tem uma opinião, uma forma de ver as coisas, uma criação diferente. Você fica nervosa, nos primeiros dias. Seu seio ainda está se preparando para amamentar, o bebê tem dificuldade de pegar o peito, afinal, passou 9 meses com atendimento “VIP”, sem nem fazer força para comer. O organismo do pequenino ainda está amadurecendo e as cólicas, gases... - ah cólicas e gases!!! Estas são atrevidas! Nunca são chamadas, mas sempre marcam presença! - E irão aparecer várias pessoas com regras, mitos e dogmas, que passam de geração em geração. E ai de você se não aceitá-las! Além disso, há quem diga que a culpa das cólicas “é da mãe” que come de tudo! E você se sente, além de tudo cobrada, culpada... e se não tiver cuidado inconseqüente e entra em depressão por não saber lidar com tudo de uma vez só! Mas, esperem! De tanto ouvir isso, fui em busca de pesquisas que comprovem algo do tipo e não encontrei nada que comprovasse que as cólicas são geradas por algum alimento ingerido pela mãe. Pelo contrário todos os artigos fazem questão de destacar que não há comprovação científica nesta relação. Bem... eu apenas tento observar e se um dia identificar esta relação, aviso a vocês!!! (Por via das dúvidas...) Me disseram que eu iria perder noites de sono e nestes 20 dias, Elis só trocou a noite pelo dia uma vez. Mais uma vez, comprovo, que cada situação é diferente, que cada pessoa é diferente, que cada realidade, cada forma de viver é diferente. E até a forma de ver as noites sem dormir pode ser diferente. Para uns, um peso... para outros, como eu, uma experiência nova, um aprendizado, um momento de dedicação exclusiva... afinal, para que dormir, se o seu maior sonho já está ali! (brincadeirinha). Não vou dizer que é fácil este momento porque não é... tudo é na base do achismo... se ela chora, você pode achar que é fome, que é fralda suja, que quer um banho, que não está dormindo o suficiente, que as costas estão doendo de tanto ficar deitadinha, e você acha, acha e acha. Na primeira semana já consegue decifrar algumas coisas e assim será daqui para frente. O pai é essencial neste processo, ele precisa ser seu aliado. O companheirismo entre vocês vai aumentar... e você pode se surpreender com ele... eu me surpreendi!!! Mas, sobre o pai vou deixar para falar no próximo texto... Bem... meninas é isso!!! Vou continuar me adaptando até quando for necessário!!! Mas, não vejo a hora mesmo, de querer usar o espelho!!!

domingo, 17 de julho de 2011

A experiência de um pai na maternidade



Por Fabrício Carvalho



Para começar, assim como nos outros momentos, eu me permito experienciar no imaginário tudo o que aconteceu e trazendo à tona as emoções, não dá outra... quando lembro o nascimento de Elis, lágrimas surgem. Uma simples terça-feira, estávamos nós comprando o kit berço na maior tranqüilidade e discutindo sobre algumas coisas diferentes que estavam acontecendo... coisas do tipo uma “secreçaozinha, parecendo uma gelatina”. Isso no meio de uma empada e outros salgados. Resolvemos ligar para a médica e lá chegando, após exatos 10 minutos, ela nos informa que Elis chegaria naquela noite. Parado, estático, eu pergunto: “Mas, como assim? É hoje?”. E a médica, como para que me chamar para a realidade, diz: “É sim, é para já. Corra para pegar as coisas...” Então, toda a espera, toda a emoção de nove meses e expectativa, se resumia naquela ocasião... em poucas horas. Eu, simplesmente, chorava... e era um choro suave... as lágrimas escorriam no meu rosto e eu só pensava: “meu pequenino amor chega hoje... é hoje!” Chegando na maternidade, toda burocracia finalizada. A Isis entra numa sala e eu entro por outra, sem que ninguém me explique nada. A sorte foi uma pessoa, não sei se médico ou enfermeiro, que me explica: “Tu veste esta roupa, põe esta touca e vai por este corredor”. Bendito corredor! Tive que ficar esperando nele, até que a médica autorizasse minha entrada. Quase faço um buraco no chão. Ah, a minha entrada! Eu antes da Elis apagava ao ver sangue, ao entrar em centro cirúrgico... e então minha digníssima esposa, mesmo sabendo disso, diz: “Eu preciso de você comigo!”. É camarada, eu tive que trabalhar em mim este processo por 37 semanas. E eis que chega a minha entrada. Nada de fotografar a cirurgia! Eu estava lá, para mesmo que nervoso, oferecer segurança a Isis. A minha missão era mais importante que um simples acompanhamento. Eu tinha recebido da minha esposa, a responsabilidade de acompanhar, a qualquer custo, Elis ao nascer. E mesmo sem ser declarado eu sabia que deveria voltar à sala com Elis nos braços. Após a chegada dela, às 20h27, recebida com uma prece grandiosa da médica, prece esta que aumentou ainda mais a emoção - uma das emoções mais lindas experenciadas por mim, algo que envolve uma energia tão sublime, tão maravilhosa, que chorar é a única forma de expressar – Elis foi levada para os procedimentos médicos. E eu lá no “pé”. A pediatra me informa que ela nasceu um pouco cansada e que se não melhorasse iria para a UTI. Eu sabia que jamais poderia voltar à sala sem Elis e isso me preocupou. Comecei a falar com ela: “Meu amor, você tem que sair com o papai. Sua mamãe está esperando. Quer conhecer você. Colocar você nos braços. Melhore, meu amor, o papai está aqui.” Isso eu conversando com ela e um entra e sai de enfermeiros. Daí que um cara que filmava outros partos me apóia – “isso! Vai conversa com ela que ela sai com você! Vai conversa!”. Não deu outra. Ela saiu comigo. A mãe já estava ansiosíssima para segurar ela. O novo encontro das duas me emocionou novamente. Bem... aqui está um terço do que eu posso transmitir em palavras um dos sentimentos mais incríveis.